O nome talvez atraia um público ávido por piadas, mas não é nada disso. O Último Stand-Up é uma releitura do mito de Pátroclo, que integra a Ilíada, de Homero. Nas mãos dOs Satyros, grupo paulistano fascinado pelo cotidiano dos anônimos de São Paulo, que tem o paranaense Ivam Cabral na dramaturgia e atuação, a história vai parar no Viaduto do Chá, no centro da capital paulista, entre sem-teto à beira do despejo de um prédio invadido.
Inspirado no poema dramático "Pátroclo ou o Destino", de Marguerite Yourcenar, a obra situa os personagens Aquiles, Pátroclo e Pentesileia em meio às chuvas torrenciais de São Paulo na vida real, essa é uma tragédia iminente, na visão do grupo. Um "stand-up patético" é uma das formas que o trio encontra para obter renda, e essa iniciativa dá início à trama.
Adaptação
A escolha do dramaturgo Fabio Mazzoni para a direção foi fruto de uma grande sintonia. Quando ele procurou Ivam e propôs a adaptação do poema, soube que o integrante dOs Satyros já sonhava com algo assim. O resultado é documental e performático.
Apesar do enredo com contornos realistas, o espetáculo é fragmentado. "Você não vai encontrar uma história sendo contada", avisa Ivam, que conversou com a reportagem da Gazeta do Povo (leia mais na entrevista ao lado).
A obra também se aproxima do teatro-dança, com direção de movimento de Sandro Borelli. Outro destaque é que os espectadores de Curitiba serão os primeiros a conferir a obra.
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Serviço:
O Último Stand-Up. Teatro Paiol.
Dias 30 e 31 de março, às 21 horas.
