As contaminações e mortes por agrotóxico na Argentina e no Paraguai, relatados ontem na MOP-3, independem da transgenia, segundo o Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), organização não-governamental cujo objetivo é divulgar dados técnico-científicos sobre a biotecnologia e seus benefícios. "O mal foi causado pelo herbicida, não por produto transgênico", diz o consultor Anderson Galvão Gomes. Segundo ele, a semente transgênica poderia até reduzir os danos à saúde humana, pois precisaria de menos pesticida.
Uma lavoura de soja transgênica, diz Gomes, reduz de 30% a 40% a necessidade de pulverização com agrotóxico. Em vez de cinco aplicações, bastariam três. Isso não significa, no entanto, uma redução do defensivo agrícola na mesma proporção, o que varia conforme o clima, o solo e outras particularidades da região. Uma das razões da existência do transgênico é a maior resistência e a necessidade de menos pesticida, para reduzir custos. "Se o transgênico custasse mais caro, não estaria em 95% das lavouras argentinas", argumenta o consultor.
"O produtor é um especialista em risco, e não costuma plantar onde não vê vantagem", avalia Gomes. Essa vantagem, observa, passa pela redução dos gastos com agrotóxicos. Ele acredita que mesmo que o custo fosse igual ao plantio convencional, o produtor preferiria o transgênico porque o manejo da lavoura é mais fácil.
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