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A estréia de Psicose, o mais famoso, se não o melhor filme de Alfred Hitchcock, em Curitiba, foi um evento memorável. Não apenas porque a celebrada cena do banheiro aterrorizou a população da cidade (que à época era questão de centenas de milhares), mas porque o elenco do filme esteve na cidade para apresentar a fita em sessão de gala, no antigo Cine Vitória, hoje transformado no Centro de Convenções de Curitiba. Janet Leigh e Anthony Perkins até prensaram as mãos contra uma placa de concreto, que depois foi exposta no cinema.

Hoje, às 21 horas, outro Psicose entra em cartaz em Curitiba, no Teatro Edson Bueno. Trata-se de Psicose – A Comédia, remontagem da peça teatral escrita e dirigida pelo também cinéfilo Edson Bueno. A similaridade entre o suspense do cinema a peça é distante, de acordo com o diretor. "É mais uma homenagem ao Hitchcock, que considero o maior cineasta de todos os tempos desde a adolescência. É como se fosse um fetiche, de eu me apropriar do que gosto tanto", diz Bueno.

O dramaturgo explica que se utilizou da essência de Psicose (o filme) para compor uma história sobre uma família que lentamente se aprisiona no medo. Na superfície, porém, a encenação irá se remeter ao cinema brasileiro, às chanchadas da Atlântida e aos filmes do comediante Oscarito, além de percorrer outros gêneros do teatro. "Juntei isso com um expressionismo doentio, e aí ficou uma coisa diferente, engraçada, tanto do Psicose quanto da chanchada", explica. O espetáculo foi apresentado pela primeira vez em Curitiba em 1996, ganhando ocasionais remontagens – a última delas no ano passado. Bueno conta que a peça depende muito do desempenho dos atores e que as alterações no elenco permitem ao espetáculo ganhar sempre uma nova cara, nesse caso, com Marcio Meneghell, Pagú Leal, Piéterson Duderstadt, Renata Vareschi do Grupo Delírio nos papéis principais.

Cia. da Cidade

Às 19 horas, também no Teatro Edson Buneo, entra em cartaz o espetáculo Diário de um Bonitão, da Cia. da Cidade Grupo de Teatro. Com texto de Marcio Meneghell, a peça mescla diversos estilos de comédia teatral para fazer considerações sobre a beleza enquanto construção social, invenção da indústria de moda, ou ainda uma parte integrante da natureza humana. O fio condutor é um personagem interpretado pelo próprio Meneghell, que vivencia situações que seriam monótonas, não fosse o ponto de vista bem humorado do personagem. O resultado é, segundo os organizadores, uma reflexão divertida sobre a condição humana e uma sátira dos costumes e padrões de uma sociedade globalizada. A direção é do carioca Sérgio Machado, com Elisandra Assunção no papel feminino, ao lado de Meneghell.

Serviço: Diário de um Bonitão e Psicose – A Comédia Teatro Edson Bueno (Pça. Tiradentes, 106 – Galeria Pinheiro Lima), (41) 3015-8705. Diário de um Bonitão, de hoje a domingo, às 19 horas. Psicose – A Comédia, de hoje a domingo, às 21 horas. R$14 e R$7 (estudantes, classe artística e promoções). Até 16 de julho.

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