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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Trajetória

• A carreira de Salvador Graciano, o Nhô Belarmino, começou aos 12 anos, quando se apresentava com a irmã Pascoalina em festas de sua cidade natal.

• Em 1936, aos 16 anos, fez sua primeira composição, "Linda Serrana". Formou dupla com Chiquinho Montalto, com quem se apresentou na Rádio Clube Paranaense.

• Em 1937, conheceu Júlia Alves, na Rádio Clube, com quem se casou e formou a dupla Nhô Belarmino e Nhá Gabriela.

• Em 1940, a dupla estreou na rádio e, em 1959, gravou o primeiro disco interpretando o xote "Mocinhas da Cidade" e o baião "Paranaguá".

• Nhô Belarmino morreu em 1984 e Nhá Gabriela em 1996.

• Também fazem parte da obra da dupla as músicas "Brasil Querido", "Briga de Amor" (com Zé Rancheiro), "Cantor das Madrugadas" (com Ivan Graciano), "Dançando Descalço", entre outras.

Aos 12 anos, Salvador Graciano já cantava e tocava com a irmã Pascoalina em um circo improvisado, no fundo do quintal da casa onde moravam, em Rio Branco do Sul, Região Metropolitana de Curitiba. Nesta época, final dos anos 30, ele já era conhecido pelo nome artístico de Nhô Belarmino, mas só mais tarde conheceria Júlia Alves, sua parceira na vida e nos palcos, a Nhá Gabriela.

É dentro de um circo – espaço onde o casal costumava se apresentar – que são relembrados os 40 anos de trajetória musical de uma das duplas caipiras mais populares do país. A tenda é o cenário onde se desenrola a ação do documentário Belarmino e Gabriela, do diretor paranaense Geraldo Pioli, que, em 2005, recebeu o primeiro lugar do Prêmio Estadual de Cinema e Vídeo do Governo do Estado do Paraná na categoria telefilme. O vídeo, de 1h25 será lançado hoje, às 19h30, no auditório do Museu Oscar Niemeyer.

Mas a intenção de Pioli não é retratar de modo biográfico a vida dos dois artistas. "O filme é uma homenagem à dupla", explica. Ele organizou uma espécie de tributo ao reunir músicos que conviveram com Belarmino e Gabriela como, por exemplo, seus filhos Rui e Ivan Graciano. "Ivan cresceu numa caixa de acordéon, levado pelos pais às apresentações", revela o diretor. Eles interpretam as canções da dupla no grande circo, em cenas que se alternam a depoimentos concedidos no camarim enquanto se arrumam.

Ali, alinham-se uma série de objetos de Belarmino, como discos e sanfonas. "Eles permitem ao espectador captar a energia simples da dupla. Belarmino foi criado na cidade, em Curitiba, mas manteve sempre a alma caipira", conta Pioli sobre o músico, que não dirigia a mais de 40 km/h e gostava da cerveja quente. "Seu tempo era diferente do nosso."

É essa simplicidade que Pioli procura revelar em seu documentário, que começa com uma frase do escritor francês Léon Blois: "O princípio da sabedoria é a simplicidade da intenção".

Entre outros convidados, estão os integrantes do grupo Viola Quebrada e Mário Galera, que canta "Gracias Graciano", música de sua autoria e letra de Paulo Leminski, uma homenagem à Belarmino, feita após sua morte em 1984. A escassez de imagens de arquivo dos autores de "Mocinhas da Cidade" e "Cachaça com Limão" fez com que Pioli optasse por criar algumas cenas fictícias para contar episódios da vida deles.

Durante anos, a dupla manteve um programa de TV, chamado Minha Palhoça. "Mas o programa era feito ao vivo e as fitas e as imagens eram apagadas pouco tempo de exibidas", conta o cineasta. Uma única imagem de arquivo conseguida por Pioli foi cedida pela RPC: a de Belarmino participando do programa Som Brasil, de Rolando Boldrin, no início dos anos 80. Diante dessa escassez, o diretor optou por narrar a trajetória da dupla a partir de muita música e humor. O que não foi difícil. "A obra deles é autobiográfica e bem-humorada", justifica.

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Serviço: Belarmino e Gabriela, de Geraldo Pioli. Auditório do Museu Oscar Niemeyer (R. Mal. Hermes, 999 – Centro Cívico). Dia 25, às 19h30. Entrada franca.

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