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O convidado paulista Del Claro (à direita) completa 50 anos de carreira em 2012 | Daniela Carvalho/Divulgação
O convidado paulista Del Claro (à direita) completa 50 anos de carreira em 2012| Foto: Daniela Carvalho/Divulgação

Programa

Confira os diferentes programas dos concertos de hoje e amanhã:

• Hoje

Compositores tchecos

Leos Janácek (1854-1928) Sonata para Violino

Antonín Dvorák (1841-1904)Trio para Piano Nº 4, Op. 90, "Dumky"

• Amanhã

Russos

Sergei Rachmaninov (1873-1943)Sonata para Piano e Violoncelo, Op. 19

Dmitri Shostakovich (1906-1975)Trio para Piano Nº 2, Op. 67

Concerto

Série Música de Câmara – Trio Kiun-Del Claro-Ramalho

Capela Santa Maria – Espaço Cultural (R. Cons. Laurindo, 273), (41) 3321-2840.

Hoje (compositores tchecos) e amanhã (compositores russos), às 20 horas.

Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada).

O recorte histórico da música tcheca e russa feito por Olga Kiun, Winston Ramalho e Antonio Del Claro traz obras contundentes aos concertos que o trio de piano, violino e violoncelo apresenta hoje e amanhã, às 20 horas, na Capela Santa Maria – Espaço Cultural.

No primeiro programa, formado pelos tchecos, o peso fica por conta da raramente executada Sonata para Violino, de Leos Janácek (1854-1928) – conforme conta Olga, uma obra fragmentada, que reflete a tensão que rondava a Europa da Primeira Guerra Mundial. "Quando esta obra acaba, a impressão que tenho é de que acabou o mundo", conta a pianista russa, há quase 20 anos radicada em Curitiba.

No concerto de amanhã, que traz os compositores russos, o espírito da catástrofe vem com a "dança macabra" do quarto movimento do Trio para Piano N.º 2, Op. 67, de Dmitri Shostakovich (1906-1975) – de acordo com Del Claro, inspirado na dança que prisioneiros judeus eram obrigados a fazer em volta de suas próprias covas sob o domínio nazista na Segunda Guerra, que chocou o compositor.

"É um repertório bastante denso, tanto para quem toca quanto para quem ouve. Mas não uma coisa drástica, e sim intensa. Essa força é que proporcionou a escolha destas obras", diz Del Claro.

Bom-humor

As referências perturbadoras das obras, no entanto, estão longe de se refletirem sobre o ambiente descontraído do trio, que falou com a reportagem da Gazeta do Povo anteontem, na Capela Santa Maria.

Conhecidos de trabalhos anteriores, os integrantes de Curitiba se juntaram ao paulista Del Claro para o concerto no ano do cinquentenário da carreira do violoncelista. "Todos os lugares em que estou fazendo apresentações são locais com os quais tenho vínculos bastante fortes, seja com as orquestras ou as salas de concerto", diz o músico paulista, descendente de paranaenses de Curitiba e Ponta Grossa. "Tenho uma relação emocional muito forte com a gente daqui. Esta oportunidade [série Música de Câmara da Fundação Cultural de Curitiba] corroborou com essa coincidência bastante prazerosa", diz Del Claro – que, embora aos 50 anos de carreira, faz questão de dispensar tratamentos. "Tira o ‘senhor’, por favor. Quando alguém te chama de senhor na vida, é porque alguma coisa mudou", brinca o músico, que começou a carreira aos 12 anos.

Comunicativo, Del Claro diz que deve contextualizar as obras para o público na apresentação, que ainda terá, no primeiro dia, o bastante conhecido Trio para Piano "Dumky", de Antonín Dvorák (1841-1904), e, no segundo dia, a melodiosa Sonata para Piano e Violoncelo, Op. 19, de Sergei Rachmaninov (1873-1943).

"Às vezes é importante citar certos aspectos da obra para ela ser transmitida de maneira intensa em sua totalidade. Esse é o objetivo também da escolha do repertório. É importante ser algo que tenha representatividade, um porquê", diz o violoncelista, que ressalta a necessidade de entrosamento com Olga e Winston para chegar ao melhor resultado.

"Na música de câmara, é que todos tenham uma mesma visão, um mesmo conceito de análise musical. Se um tenta impor uma visão ou outra, começa a haver choques, curto circuitos. É importante que haja sempre uma visão no mesmo horizonte, na mesma direção."

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