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Roberto Justus, que neste ano estreou como apresentador de “A Fazenda” | Divulgação/
Roberto Justus, que neste ano estreou como apresentador de “A Fazenda”| Foto: Divulgação/

Foi de estranhar quando Roberto Justus, 60 anos, teve seu nome anunciado como apresentador da oitava edição de “A Fazenda”, da Record. Sempre ligado ao perfil executivo e com atuação marcante nas temporadas de “O Aprendiz”, na mesma emissora, o empresário de sucesso, que é apaixonado por televisão, não fugiu do desafio de comandar um reality show rural com famosos que vivem brigando e se envolvem em polêmicas pelo prêmio de R$ 2 milhões.

Dois meses se passaram. Justus mostrou seu lado mais descontraído, apartou brigas entre concorrentes ao vivo, deixou de ser o porta-voz de uma demissão para dizer: “Quem continua na fazenda é...”. E, com tudo isso, conquistou o telespectador.

“Esse reality é melhor do que eu imaginava! Nestes meses, eu passei a entender melhor a mecânica da atração, o perfil dos participantes, como as coisas fazem sentido dentro do jogo e por que “A Fazenda” dá tanta repercussão. Estou apaixonado por tudo”, diz Justus.

O dois primeiros meses de “A Fazenda 8” registraram média de dez pontos, segundo o Ibope (cada ponto equivale a 67 mil domicílios na Grande SP). Com Justus, a atração ganhou fôlego e conquistou audiência maior do que as duas edições anteriores. “Se tinham dúvidas de que o Justus poderia se dar bem no comando do programa, acredito que elas acabaram no dia da estreia”, comenta o diretor-geral do reality, Rodrigo Carelli, que ficou surpreso com a dedicação do apresentador em aprender tudo sobre a atração. “Ele tem uma inteligência aguçada, visão, energia e está sempre muito disposto. A dinâmica do jogo é complexa, cheia de regras, e ele compreendeu tudo muito rápido.”

Justus também entendeu logo que as polêmicas são o combustível do programa. E, como nas edições anteriores, elas não tardaram a acontecer. “Esses famosos estão confinadas em um lugar cheio de regras e com pouco conforto. Estão isolados do mundo, precisam cuidar do lugar onde vivem e ainda devem jogar para ganhar o prêmio. É uma tensão quase que insuportável”, fala. “Entendo as discussões e o quanto elas são importantes para o programa, que é o que dá emoção. Mas condeno os exageros, quando destroem o cenário e partem para a agressão. Isso não é saudável.”

A cantora gospel Mara Maravilha tem ocupado o posto de participante mais polêmica da atual edição. Com sua personalidade forte, ela tem causado intrigas e perturbado os colegas de confinamento infringindo regras, o que causa punição a todo o grupo. “Imagina conviver com uma pessoa que está fazendo você ser punido por algo que não fez?”, fala Justus. “A Mara é a prova de como o ser humano é surpreendente. De repente dá alguma coisa nela que a deixa fora de controle, e isso a coloca na berlinda o tempo todo”, diz ele, lembrando o fato de Mara já ter corrido o risco de ser eliminada do reality diversas vezes.

Neste período, Justus também aprendeu a interpretar a avaliação do público. “A Mara ainda não saiu porque existem dois tipos de pessoas que votam para ela ficar: as que são fãs dela e as que querem ver o circo pegar fogo”, avalia o apresentador.

Nas primeiras semanas de programa, Justus chegou a se preocupar com a possibilidade de perder uma participante polêmica como Mara. “O programa precisa de pessoas que falem. As quietas passam despercebidas e acabam saindo logo do jogo. O Carelli [diretor] me tranquilizou dizendo que, mesmo se Mara saísse no começo, o próprio confinamento faria surgir um outro tipo polêmico, devido à tensão em que eles vivem.”

O apresentador destaca que a atração tem participantes fortes, como a modelo Ana Paula Minerato, e que chegou a apostar no cantor Thiago Brava e na dançarina Carla Prata, ambos eliminados, como fortes concorrentes na disputa pelos R$ 2 milhões. “Mas quem manda é o público e, nesse caso, para mim, eliminar um participante de ‘A Fazenda’ dói menos. No ‘Aprendiz’, a grande responsabilidade de tirar alguém da disputa era minha”, fala ele, conhecido pelo bordão “Você está demitido!”.

Críticas

“Tenho recebido muitos elogios. Há pessoas que dizem que passaram a assistir ao reality por minha causa, que dei um ritmo diferente ao programa. Já outras dizem: ‘Volta Britto!’“, fala Roberto Justus, referindo-se ao antigo apresentador de “A Fazenda”. “Que falem do apresentador, afinal, cada um tem o seu gosto. O que me preocupa é quando levantam teorias sobre manipulação e questionam minha credibilidade e a do programa.”

É que, como nas edições comandadas por Britto Jr., há quem critique os rumos do reality. Na internet, já disseram que Justus estava prejudicando Mara no jogo e que estaria favorecendo a atriz Rayanne Morais, ex-mulher de Latino, de quem foi padrinho de casamento, além das suspeitas de manipulação que sempre recaem sobre os reality shows. “Dá pena pensar que alguém acredita que a Record ia arriscar sua credibilidade em benefício de algum participante. Tanto faz quem seja o ganhador”, fala Justus. “Quando me convidaram para ‘A Fazenda’, me disseram para ficar atento, pois cada participante famoso é como se fosse um time de futebol. E seus fãs me veem como juiz. Quem não fala mal do juiz quando acredita que seu time foi prejudicado?”

Mesmo no comando do reality rural, Justus não deixou a cidade. Prova disso é que, em plena quinta-feira, dia de eliminação, ele cumpriu uma agenda atarefada: pela manhã, assistiu ao programa da noite anterior, passou por uma sessão de massagem, foi para seu escritório, teve um almoço de negócios, concedeu entrevista à reportagem no fim da tarde e, depois, seguiu para Itu (a 101 km de São Paulo), onde fica a sede de “A Fazenda”. “Tomo banho e troco de roupa lá. Cada uma das minhas empresas tem seu presidente, então fico mais tranquilo para cumprir algumas tarefas e me dedicar à TV”, diz ele, que ainda segue no comando do programa de entrevistas “Roberto Justus+”, exibido na madrugada de domingo para segunda, na Record. “Já gravei todas as edições até dezembro. Essa é uma atração em que mostro meu lado mais descontraído, mas, por passar muito tarde, a maioria do público continua me vendo como o executivo durão. Eu queria me livrar desse estigma.”

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