Um amor metafísico

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A foto ao lado mostra Keanu Reeves e Sandra Bullock em cena do filme A Casa do Lago, uma das estréias de hoje nos cinemas de Curitiba – em outras capitais do país, a produção estreou no dia 18 do mês passado (a demora, como quase tudo no mercado cinematográfico nacional, parece aleatória e inexplicável).

O fato é que o casal de atores passa quase todo o filme distante um do outro. Não apenas no espaço, mas também no tempo. Os dois habitam a casa que dá título à história, mas enquanto a doutora Kate Forster (Bullock) vive em 2006, o arquiteto frustrado Alex Wyler (Reeves) está em 2004. Quando faz planos de deixar a casa por outra, Kate escreve um bilhete e o deixa na caixa de correio para o próximo inquilino.

Alex o encontra e resolve respondê-lo. Apesar dos dois anos de diferença que o separa, o casal passa a se corresponder por meio de cartas deixadas na misteriosa casa, construída pelo pai de Alex (Christopher Plummer, de O Informante), um arquiteto famoso. É a "metafísica hollywoodiana", segundo um crítico americano.

O filme tem roteiro de David Auburn, autor da peça e da adaptação para o cinema de A Prova, em que Gwyneth Paltrow é uma matemática brilhante que teme enlouquecer porque seu pai, Anthony Hopkins, também matemático e também brilhante, viveu e morreu louco.

Já Alejandro Agresti, portenho de 45 anos, é considerado um dos melhores diretores da cinematografia argentina. Seu Un Mundo Menos Peor (2004) conquistou o público em mostras internacionais realizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Sua estréia em Hollywood foi também bastante elogiada. Agresti explora a arquitetura de Chicago e cria um filme esteticamente impecável. Embora trabalhe com uma série de lugares-comuns do gênero romântico, consegue administrá-los em favor de um filme com personalidade. Qualidade que deve muito à química entre Keanu Reeves e Sandra Bullock.

A resposta do público foi muito boa. Mesmo com um número de salas limitado, A Casa do Lago permanece entre as maiores bilheterias do país desde a sua estréia, revezando-se entre o quarto e o sétimo lugar. Isso significa que as poucas salas que exibem o longa-metragem sustentam uma média de público que oscilou muito pouco em seis semanas.