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| Foto: Sasha Gusov/Divulgação

Recital

Boris Giltburg Capela Santa Maria – Espaço Cultural (R. Cons. Laurindo, 273), (41) 3321-2840. Hoje, às 16 horas. R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada).

Vencedor de uma das competições de música mais importantes do mundo, o Concurso Rainha Elisabeth, da Bélgica, o pianista russo-israelense Boris Giltburg se apresenta neste domingo em Curitiba. O recital acontece às 16 horas, na Capela Santa Maria, e é parte de uma série de apresentações do jovem músico pelo Brasil, que incluiu recitais pelo Rio de Janeiro e em São Paulo e um concerto com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Depois da capital paranaense, onde apresenta a Sonata Patética, de Beethoven, Momentos Musicais N.º 1, 2, 3 e 4, de Rachmaninov, Fantasiestücke, Pp. 12, de Schumann, e Sonata N.º 7 em Si Bemol Maior, Op. 83, de Prokofiev, Giltburg será solista de um concerto com a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, em Brasília, na terça-feira, 10.

O pianista de 29 anos conversou com a Gazeta do Povo sobre as mudanças que o prêmio trouxe para a sua carreira e sua visão sobre o cenário da música clássica. Confira alguns trechos:

Em que medida o prêmio está mudando sua carreira?

Estou fazendo muitas turnês no exterior. Há uma grande quantidade de repertório, obras novas, obras antigas, e é preciso tratar cada concerto como o mais importante de sua vida, ou tentar. Mas estou contente de ser desafiado. Além disso, ter ganhado o prêmio foi uma espécie de teste pessoal, para ver se decisões que fiz de mudar a abordagem das minhas performances estavam certas. Eu quis deixar de tentar ser perfeito demais para alcançar liberdade e expressão pessoal. Claro, há muito a ser feito, mas sinto que estou no caminho certo agora.

Como foi a sua formação musical?

Eu comecei quando tinha cinco anos, com minha mãe. Ela era contra, porque minha avó e minha bisavó eram professoras de piano, e minha mãe achava que tínhamos pianistas o suficiente na família. Mas insisti, até que ela começou a me dar aulas. Depois, continuei meus estudos em Israel. Meu principal professor foi Arie Vardi, com quem estudei por cinco anos. Desde então, estou estudando por conta própria.

Quais foram suas principais influências?

Eu diria que meus maiores heróis hoje são Emil Gilels e Grigory Sokolov, Sviatoslav Richter, Daniel Barenboim e Martha Argerich. Mas, geralmente, quando estou trabalhando em uma peça, não escuto outros tocando esta obra, pelo menos até eu chegar ao ponto em que já tenho uma interpretação própria. Quando você ouve grandes pianistas, é fácil sofrer uma ‘lavagem cerebral’, porque eles sempre têm uma personalidade muito forte e o que eles fazem é muito convincente.

Qual sua visão sobre o cenário da música clássica hoje?

Às vezes olhamos para o passado com uma certa nostalgia, como se fosse melhor antes. Mas não sei se é verdade. Ok, uma coisa que era definitivamente melhor: havia mais grandes compositores. Sinto que hoje temos muitos bons compositores, mas não acho que tenhamos alguém no nível de genialidade de Shostakovich, Prokofiev, Gershwin, Ravel ou Debussy. Acho que poder trabalhar na época destes compositores deve ter sido incrível. Mas acho que hoje temos oportunidades maravilhosas. Por exemplo, a forma como a internet permite transmitir concertos ao vivo para pessoas do outro lado do mundo e a facilidade de viajar e tocar para plateias em várias partes do planeta. E também temos novos desafios, como o de trazer os jovens para as salas de concerto. São as regras do jogo e temos de aceitá-las.

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