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Crescimento de Ary Fontoura como ator se deu em paralelo com o da própria Rede Globo | TV Globo/Renato Rocha Miranda
Crescimento de Ary Fontoura como ator se deu em paralelo com o da própria Rede Globo| Foto: TV Globo/Renato Rocha Miranda

Papéis

Depois de 46 novelas, Ary Fontoura diz perceber que o público está mais crítico e exigente. Relembre alguns personagens vividos por ele na televisão:

1975 e 2012: Gabriela (Dr. Pelópidas Clóvis Costa e Coronel Coriolano)

2011: Morde & Assopra (Isaías "Zazá" Junqueira Alves)

2001: Sítio do Picapau Amarelo (Coronel Teodorico)

1997: A Indomada(Deputado Pitágoras William Mackenzie)

1989: Tieta (Coronel Artur da Tapitanga)

1976: Saramandaia (Aristóbulo)

1972: Uma Rosa com Amor (Afrânio)

1962: O Vigilante Rodoviário (no episódio "Aventura em Vila Velha")

Interatividade

Você acredita, como Ary Fontoura, que o ator não precisa mais sair de Curitiba para fazer sucesso? Quais seriam bons exemplos disso?

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  • Em Gabriela: diversão e muita espera nas gravações

Quem está acompanhando a picante e debochada nova versão de Gabriela pode ficar com a impressão de que as gravações são momentos de grande diversão. E são mesmo, conforme atesta o paranaense Ary Fontoura. Nascido no distrito de Guaragi, em Ponta Grossa, ele já participou de 46 novelas da Rede Globo, emissora que viu nascer e crescer.

Como o coronel Coriolano, ele e José Wilker (que faz o coronel Jesuíno) são os únicos atores que também estavam na primeira versão do folhetim, de 1975 – Ary fazia Dr. Pelópidas, hoje vivido por Ilya São Paulo.

Estar entre companheiros de longa data alivia um pouco a pressão das longas horas de gravação. "Televisão é um veículo egoísta. Quando você vai gravar de manhã cedo, às 7 horas, sabe que vai sair às 21, 22 horas ou de madrugada, então, nesse dia não pode fazer mais nada. Não adianta fazer uma listinha, marcar dentista para as 17 horas. Acaba com milhares de cáries", brinca o ator, em conversa por telefone com a reportagem da Gazeta do Povo .

"Estou lendo uma biografia do Marcello Mastroianni em que ele diz que tem 50 anos de cinema, dos quais passou 30 esperando [para entrar em cena]. A gente fica muito mais esperando do que fazendo, mas é uma grande possibilidade de mostrar seu valor para milhares de pessoas."

Aos 79 anos, Ary vem com frequência quinzenal a Curitiba, onde moram irmãos, sobrinhos, netos e amigos. Foi aqui que ele conheceu Paulo Goulart e Nicete Bruno, na curta temporada do casal na capital paranaense. Foram poucos, mas fecundos anos. "As pessoas daí se agruparam em função da criação do Teatro de Comédia do Paraná [em 1963]", relembra. Sediado no Teatro Guaíra, a companhia/escola trouxe Cláudio Corrêa e Castro para a direção e Paulo, Nicete, Leonor Bruno e Sílvia Paredo para atuar e lecionar.

Na época, já decidido a ser ator – depois de cursar Direito, a pedido dos pais, e ficar até os 30 anos perto deles –, Ary partiu para o Rio e lá reencontrou o casal de amigos, que hoje são seus vizinhos.

O aprendizado da profissão veio na prática. "Meu sonho era cursar a Escola de Arte Dramática de São Paulo, mas não estudei. Fui ganhando experiência em televisão e meu trabalho amadureceu em incursões por vários personagens, às vezes completamente diversos daquilo que eu realmente sentia."

"Celeiro de craques"

Como muitas pessoas da classe teatral curitibana, Ary acredita que hoje não é mais necessário correr para o eixo Rio-São Paulo para ter uma carreira interessante. Por outro lado, um nome nacional ainda se faz lá, ele acredita. "Hoje o pessoal daí vem com mais força, atores já formados que num clique já estão dentro de trabalhos fabulosos", diz.

"Curitiba é um celeiro de craques, de pessoas com disponibilidade absoluta para realizar grandes trabalhos."

Se não há mais investimento em produtos próprios, ele culpa a falta de apoio governamental – e o temperamento curitibano. "A cidade dá a impressão de que se basta, de que aqui já está bom. Na verdade, é uma grande cidade, mas acaba sendo uma ilha, porque as coisas feitas aí nem sempre aparecem."

Ele sugere um antídoto: aproveitar o Festival de Teatro para expor mais trabalhos. "É um evento que resulta muito mais para quem vem de fora. Acaba sendo um festival de ‘estrangeiros’".

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