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Ken Loach sempre dá um jeito de acentuar temas políticos em sua filmografia, seja falando sobre desempregados (Meu Nome É Joe), seja retratando imigrantes ilegais sub-empregados (Pães e Rosas).

Dois anos antes de dirigir The Wind That Shakes the Barley, Palma de Ouro no Festival de Cannes 2006, o inglês realizou uma pequeno grande filme. Aliás, sua carreira é feita de títulos assim: pequenos porque contam com orçamentos limitados, mas grandes por tratar de temas relevantes de maneira original. Apenas um Beijo (2004), em cartaz no Cine Novo Batel, trata dos embates sociais, raciais e religiosos comuns hoje no Reino Unido. Casim Khan (Atta Yaqub) segue as regras da pequena comunidade paquistanesa muçulmana de Glasgow (Escócia) e é o noivo feliz de um casamento arranjado com sua prima.

Um dia, porém, ele conhece e se apaixona pela professora de música Roisin Birthistle (Eva Birthistle), irlandesa de bochechas vermelhas e católica de araque – não freqüenta missas nem reza em situação alguma. A relação de ambos é fonte de desavenças sem fim. Casim desonra sua família por se envolver com uma branca, enquanto Roisin corre o risco de perder o emprego no colégio católico e se limita a soltar discursos prontos sobre racismo, fé, amor, etc.

Ao contrário de Roisin, Loach jamais apela para simplificações. Como nos livros do inglês de ascendência paquistanesa Hanif Kureishi (Minha Adorável Lavanderia), a realidade retratada em Apenas um Beijo é repleta de nuances. E humana ao extremo. GGGG

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