Um encontro dos sons da Europa e dos EUA

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O violonista André Geraissati, dono de uma discografia respeitada em que se destaca DADGAD (1988), se tornou um nome importante dos bastidores da música instrumental brasileira produzindo espetáculos e discos. Ele é o diretor artístico do Curitiba Jazz Meeting, combinação de shows e workshop que tem sua segunda edição a partir de hoje.O curso tem entrada franca e, neste ano, será com o Zimbo Trio – uma chance fantástica de ter contato com figuras das mais importantes da música brasileira. Da formação original, de 1964, estão o pianista Amil­­ton Godói e o baterista Rubens Bar­­sotti. O trio se completa com o baixista Itamar Colaço. No domingo (20), o Zimbo Trio se apresenta no Guairão com a Orquestra Sin­­fônica do Paraná, regida pelo maes­­tro Alessandro Sangiorgi. A presença do grupo brasileiro cria um eco com a edição anterior do Jazz Meeting, pois ele tocou na abertura do ano passado.

As outras duas atrações do evento criam um diálogo entre duas vertentes do jazz: a americana e a europeia. Para Geraissati, se os músicos são mais "cerebrais" nos Estados Unidos, na Europa, eles se mostram mais "líricos". "Os europeus usam a batida do dixieland. É um jazz muito parecido com o de Nova Orleans, eles preservaram essa identidade", diz.O guitarrista Phillip Catherine, da Bélgica, foi comparado a Django Reinhardt (1910-1953) por ninguém menos que Charles Mingus. Para Geraissati, o jazz cigano "ba­­teu fundo na alma" de Catherine e ele "não tem como fugir disso". Hoje com 66 anos, o belga foi apontado mais de uma vez como um dos instrumentistas mais importantes do planeta pela revista Downbeat, referência no jazz. A apresentação em Curitiba deveria acontecer com o brasileiro Guinga, mas um problema de agenda impediu o encontro.

No sábado, Stu Goldberg faz apresentação-solo e, como é típico nesse tipo de formato, deve decidir parte do repertório quando pisar no palco do Guairinha e sentir a atmosfera do lugar. O pianista americano colaborou com nomes importantes do jazz-rock nos 1970 e fez parte da Mahavishnu Orchestra do guitarrista John McLaughlin que, segundo Geraissati, "mudou a história da música". Mais recentemente, depois de colaborar com Jerry Goldsmith, compositor de trilhas sonoras indicado ao Oscar 17 vezes (venceu com A Profecia em 1976), Goldberg enveredou para a televisão. Entre os seus trabalhos, está a trilha sonora do reality show The Amazing Race, bastante premiado nos EUA e exibido no Brasil pelo Discovery Channel.