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Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial: apesar da longa carreira e experiência, o grupo tremeu com a responsabilidade da apresentação no Rock in Rio | Maurício Santana/Divulgação
Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial: apesar da longa carreira e experiência, o grupo tremeu com a responsabilidade da apresentação no Rock in Rio| Foto: Maurício Santana/Divulgação

Internacional

Peso e hits do último sábado

Depois do emocore açucarado do NX Zero, que atendeu às expectativas dos fãs, o Stone Sour, projeto paralelo do vocalista do Slipknot, Corey Taylor, pareceu agradar mesmo a quem não conhecia o grupo (a maioria do público). A banda empolgou com músicas pesadas, apesar da chuva, que engrossou no início do show e deu trégua quase que simultaneamente à pauleira, na seção "voz e guitarra" de Taylor. A volta das atrações internacionais aconteceu depois do enérgico show do Capital Inicial com os britânicos da Snow Patrol, que não pareceu ter força suficiente para segurar a atenção do público. A plateia que não se dispersou foi menos comunicativa – embora mais compenetrada – diante de músicas como "Just Say Yes" (que teve a participação da cantora brasileira Mariana Aydar) e os hits "Chasing Cars" e "Open Your Eyes" (que precisou de uma segunda tentativa após problemas técnicos).

Os Red Hot Chili Peppers, que foram citados por todos os grupos que os antecederam no sábado, encerraram a noite. Abrindo com "Monarchy of Roses", a primeira faixa do disco I’m with You, lançado no fim de agosto, já com o novo guitarrista, Josh Klinghoffer, os californianos fizeram um show bem tocado, que não deixou de fora a maioria dos grandes sucessos do grupo lançados em álbuns anteriores, como "Cant’ Stop", de By the Way (2002), "Otherside", de Californication (1999) e, de Blood Sugar Sex Magik (1991), "Under the Bridge", "Blood Sugar Sex Magik" e "Give It Away", que fechou o show.

A redução do limite de ingressos para 100 mil pessoas neste ano, aliás, parece ter sido uma escolha correta, já que, no sábado, serviços básicos como transporte e acesso ao festival não causaram maiores reclamações, embora tenham sido criticados na sexta-feira. Furtos e filas, no entanto, foram relatados à reportagem. (RC)

  • Anthony Kiedis, vocalista da banda Red Hot Chili Peppers

Um dia depois, o vocalista Dinho Ouro Preto ainda parecia impressionado com o que viu do palco principal do Rock in Rio na noite do último sábado. Em sua terceira participação no festival, a banda Capital Inicial fez um dos shows com melhor resposta do público na noite em que já tinham se apresentado NX Zero e Stone Sour, e que ainda teria Snow Patrol e Red Hot Chili Peppers – a apresentação mais esperada do dia e uma das mais relevantes em todos os dias do evento.

Há 27 anos na estrada, o grupo de Brasília tinha no repertório os hits radiofônicos que apresenta regularmente, e enfrentava uma incerteza comum entre as atrações brasileiras do Rock in Rio: qual seria a reação da plateia às bandas nacionais. "A gente ensaiou, passou o som, tocou o show com antecedência umas três ou quatro vezes. Mas, na realidade, quando você pisa ali, a impressão que dá é que tudo foi em vão. Você fica com os nervos à flor da pele, muito assustado", disse Ouro Preto à Gazeta do Povo.

Acostumado a shows de grandes dimensões – incluindo a apresentação de 2001, no próprio Rock in Rio, para o público de 250 mil pessoas que aguardavam o próprio Red Hot Chili Peppers –, o vocalista diz que, no festival, os músicos se sentem "vistos através de uma lupa", representada tanto pela atenção de toda a mídia brasileira quando pela visibilidade internacional.

"É uma coisa que tem uma escala maior do que qualquer outro evento, com certeza, no Brasil e, possivelmente, do que outros grandes eventos musicais da Terra. E quando pisa naquele palco, você se dá conta dessa responsabilidade. E dá uma tremidinha, que só vai passar lá pela quarta ou quinta música, quando você se acalma. Só ali a poeira assenta e você começa a ver que está sendo bem recebido", diz.

Show

O Capital Inicial abriu o show com "Como se Sente" e seguiu com sucessos como "Independência", "Natasha" e "Primeiros Erros". "Lá pela segunda ou terceira música, percebi que milhares de pessoas estavam ali para nos verem. Vi muitas bandeiras de Brasília, e muitas bandeiras de fãs de Capital", diz Ouro Preto. A banda fez um cover de "Should I Stay or Should I Go", da britânica The Clash, antes de entrar em um bloco do rock de Brasília da década de 80, com as músicas "Que País é Este", "Fátima" e "Veraneio Vascaína", que levantaram o público. Com a plateia ainda aquecida, finalizou com "À Sua Maneira", deixando uma batata quente para o pop rock melancólico do Snow Patrol.

"Para nós, pelo fato de termos conseguido nos sair bem, pela terceira vez, é um gol muito grande que a gente marcou, uma vitória. Somos uma banda veterana, temos 27 anos. Uma banda brasileira conseguir, a essa altura do campeonato, ter uma carreira tão longa e ainda sair de lá aplaudido, é uma vitoria, e espero que isso seja inspirador para outras bandas", diz o vocalista. "Estamos todos rindo à toa."

Interatividade

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O repórter viajou a convite do Itaú, um dos patrocinadores do evento.

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