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Despido da aura de boa gente, ator volta a trabalhar com o cineasta Gabrile Muccino, de Em Busca da Felicidade | Fotos: Divulgação
Despido da aura de boa gente, ator volta a trabalhar com o cineasta Gabrile Muccino, de Em Busca da Felicidade| Foto: Fotos: Divulgação

Perfil

Saiba um pouco sobre Will Smith:

> O ator nasceu em Filadélfia, na Pensilvânia (EUA), no dia 25 de setembro de 1968.

> Sua grande chance surgiu com o seriado Um Maluco no Pedaço (1990), em que começava a delinear a imagem pública que o acompanha até hoje.

> Recebeu duas indicações ao Oscar, uma por Ali (2001), de Michael Mann, e outra por Em Busca da Felicidade (2006), de Gabriele Muccino. Não venceu nenhuma delas.

> O italiano Muccino, diretor de O Último Beijo, voltou a trabalhar com Smith em Sete Vidas, filme pelo qual ganhou comparações com Frank Capra, diretor do clássico A Felicidade Não Se Compra (1934), com James Stewart.

  • Ben Thomas, personagem de Will Smith em Sete Vidas, é angustiado e tem uma missão

Qualquer longa-metragem estrelado por Will Smith é hoje um blockbuster em potencial. Maior astro de Hollywood da atualidade, o ator norte-americano faz sucesso em filmes de ação (Bad Boys 1 e 2), comédias (Hancock), ficção científica (Eu, Robô e Eu Sou a Lenda) e até em dramas edificantes (Em Busca da Felicidade), gênero que ele revisita em Sete Vidas, que acaba de chegar às locadoras.

Sob a direção de Gabriele Muccino (O Último Beijo), o cineasta italiano que o conduziu a uma indicação ao Oscar por Em Busca da Felicidade, Smith volta a render bem. Talvez porque consiga despir sua aura de cara boa gente, com quem gostaríamos de tomar uma cerveja, na certeza de bom papo e piadas engraçadas. O protagonista de Sete Vidas não tem nada de cômico. E isso é ótimo, principalmente para o próprio Smith.

Ben Thomas, personagem central da trama, surge na primeira cena chamando o 911 (espécie de Siate nos EUA), pedindo uma ambulância para socorrer alguém que acaba de tentar o suicídio. Logo em seguida, informa que a vítima é ele mesmo. Corta. Thomas ressurge num passado não muito distante como um homem angustiado, que não consegue mais viver em sua casa e se muda para um modesto quarto de motel. Fica claro que ele tem uma missão, que aos poucos se revela.

Um operador de telemarketing cego (Woody Harrelson), uma artista gráfica (Rosario Dawson, muito bem no filme) com sérios problemas cardíacos à espera de um transplante, uma mãe de família hispânica (Elpidia Carillo) que é espancada pelo companheiro na frente dos filhos pequenos. Ben visita todas essas pessoas, afirmando ser fiscal do Imposto de Renda ou alguém disposto a ajudá-los. Apenas não explica como ou por quê.

Sete Vidas, assim como Em Busca da Felicidade, um filme bem superior em vários aspectos, tem o grande mérito de permitir a Smith mostrar uma faceta mais vulnerável e dramática. Sabe-se que ele é um ator com mais recursos de interpretação do que seus filmes costumam permitir-lhe. A Hollywood interessa mais o astro popular, o ator negro que faz papéis que poderiam muito bem ter caído nas mãos de brancos, do que investir no que ele tem para oferecer em produções mais arriscadas, que revelariam seu lado mais sombrio. Por exemplo, Smith jamais fez um longa de Spike Lee, que já trabalhou várias vezes com Denzel Washington, o outro grande astro afrodescendente da atualidade. Talvez seja arriscado demais macular a imagem de Smith em obras que discutam, a sério, racismo, exclusão e violência.

Portanto, apesar de Sete Vidas não ser um filme muito bom, também está longe de ser ruim. Prende a atenção e seu enredo instigante tem qualidades que, em última instância, beneficiam a carreira de Smith, que ousa subverter um pouco sua imagem e se sai bastante bem como Thomas, apesar de ele ser, no fim das contas, uma espécie de herói disfarçado. GG1/2

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