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Os mangás – histórias em quadrinhos japonesas – parecem ter encontrado um lugar ao sol em terras brasileiras. Prova disso é a investida das editoras em títulos de pouco apelo popular, voltados a um público específico. Um exemplo é o lançamento de Slam Dunk (R$ 9,80, 200 págs.), pela Editora Conrad.

Alienígenas e robos gigantes? Não, não. Samurais? Não. Bichinhos fofinhos? Nada disso. O tema de Slam Dunk é .... basquete! Com um pequeno detalhe: em 2003, esse mangá chegou a vender 100 milhões de cópias, só no Japão. Ganhou série animada e hoje freqüenta constantemente a lista dos mais vendidos. Aqui, Slam Dunk chega nos mesmos moldes que o original, ou seja, de leitura oriental, de trás para frente. A periodicidade será mensal.

O enredo é simples: Hanamichi Sakuragi, após depois de levar o qüinquagésimo "fora" de sua vida, apaixona-se por Haruko, garota fanática por basquete. Para impressioná-la, Sakuragi resolve investir no esporte – que, de início, detesta. Sua meta é o slam dunk, jargão utilizado para enterradas que são dadas com tanta força que chegam a quebrar a tabela.

A rebeldia e a falta de bom senso do protagonista faz com que a história passe facilmente dos momentos de ação para os de comédia. Isso explica por que no Japão o título conquistou uma legião tão heterogênea de fãs, mesmo que seus capítulos tenham sido inicialmente publicados numa revista voltada para o público jovem masculino – a famosa Shonen Jump. Também é interessante notar como a trama se desenvolve, explicando passo a passo as regras e as técnicas do esporte, de maneira quase subjetiva, não-didática.

Outro ponto alto do mangá é o cenário – a rigorosa instituição de ensino japonesa –, que faz criar um importante pano de fundo: o conflito entre o jovem e a escola. Num país onde o período letivo dura praticamente o ano todo e que as notas são uma questão de honra,esse tema tornou-se recorrente nos mangás, dando voz a revolta dos alunos.

Não é a toa que Sakuragi seja um membro de gangue e que ele tenha constates conflitos com os outros estudantes. Assim, o basquete torna-se um artifício para que o autor trabalhe com temas como a superação dos próprio limites e os tradicionalismo da sociedade nipônica.

Criado em 1990, Slam Dunk possui um traço forte e ágil , típico do autor Takehiko Inoue. No Brasil, Takehiko já é conhecido pelas ilustrações ultrarrealistas de Vagabond, que conta a saga do lendário samurai Musashi. Autor de inúmeras obras sobre o esporte norte-americano, Takehiso chegou inclusive a publicar o Real, que conta os desafios de um time de basquete em cadeiras de roda.

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