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Música na nuvem

Confira os principais serviços de streaming disponíveis no país:

Terra/Napster (napster.terra.com.br)

O Terra foi pioneiro na oferta de músicas por streaming no Brasil, lançando o Sonora em 2006. Em 2013, em parceria com o Napster, a plataforma sofreu mudanças. O serviço é pago e tem planos que variam de R$ 8,90 a R$ 29,90 mensais.

Rdio (rdio.com)

O Rdio chegou ao Brasil em 2011. A plataforma oferece mais de 18 milhões de músicas, que podem ser escutadas gratuitamente em computadores por até seis meses. Em dispositivos móveis, há um período de avaliação de 14 dias. Depois, o plano custa R$ 14,90 mensais.

Deezer (deezer.com)

O Deezer passou a ser oferecido para brasileiros em 2013. Usuários podem escutar gratuitamente as músicas no computador, com publicidade. Para planos ilimitados sem anúncios ou em dispositivos móveis, a assinatura varia de R$ 8,90 a R$ 14,90.

Spotify (www.spotify.com/br/invite)

O Spotify está chegando ao país, mas ainda não disponibilizou o serviço para todos os usuários. Interessados podem fazer cadastro no site para tentar obter acesso antecipado. Os convites começaram a ser enviados no início de abril.

  • As amigas Priscila Guimarães (à esq.), Sheila Salvador e Juliana Marchioro: por enquanto, nada de pagar para ouvir música
  • Gilberto Gil é um dos

Depois da chegada do Rdio, no fim de 2011, e do Deezer, em 2013, o mercado brasileiro de streaming de música está de olho na chegada efetiva do Spotify – por enquanto, disponível apenas para usuários cadastrados que receberam um convite do serviço a partir de abril. A empresa sueca é líder mundial neste mercado e costuma chegar fazendo barulho convocando artistas expressivos para referendá-la, como faz com Gilberto Gil por aqui (o medalhão é um dos "embaixadores" do serviço e tem sua discografia completa disponível no catálogo).

A expectativa é que a movimentação ajude a popularizar o streaming no país, conforme explica o diretor-geral do Deezer para a América Latina, Mathieu Le Roux.

"Vejo muito positivamente. Lógico, vamos trabalhar para ficar na frente. Mas acho que a imensa maioria que precisamos convencer não é a que usa um serviço diferente, e sim a que nunca ouviu falar [no modelo de streaming]", diz o executivo, por telefone.

Popularizar um modelo pago como esse no Brasil, no entanto, não é simples, conforme explica Simone Pereira de Sá, professora da Universidade Federal Fluminense, onde coordena o Laboratório de Pesquisa em Culturas Urbanas e Tecnologias. Para a pesquisadora, os serviços de streaming, além de terem de contornar a baixa qualidade das redes no Brasil, enfrentarão uma resistência que já é cultural.

"O público brasileiro não tem o habito de pagar por música na internet. O mercado é enorme, mas não se sabe se isso vai mudar", explica. "As plataformas demoraram a chegar e descobrimos outras formas de ouvir", diz, citando exemplos como o YouTube, que, no fim das contas, se tornou o maior distribuidor de música por streaming.

Compartilham dessa resistência a jornalista Priscila Guimarães, 34, a designer gráfica Juliana Marchioro, 27, e Sheila Salvador, 28, formada em marketing. Elas trabalham no setor de projetos e marketing do Pequeno Cotolengo Paranaense, onde usam diariamente, há mais de um ano, o Superplayer – um serviço grátis que oferece estações temáticas. Pagar por um serviço, por enquanto, não faz parte dos planos. Mas a presença de anúncios e a falta de recomendações musicais personalizadas já incomodam, conforme explica Priscila. "Seria bom que o Superplayer fizesse isso, como faz o Google", diz, se referindo a sistemas inteligentes, que aprendem o gosto musical dos usuários.

A oferta de facilidades é a aposta das companhias de streaming, conforme explica Le Roux, do Deezer. "A gente tenta enfrentar esse costume [de não pagar] oferecendo uma experiência bem melhor do que a pirataria", diz. "É um sistema que te inicia e não tem mais volta."

Plataformas apontam para cenário mais plural

Uma das peças fundamentais para a estratégia dos serviços de streaming é a recomendação. Por meio de sistemas inteligentes, alimentados por dados dos próprios usuários, os softwares fazem indicações personalizadas para o ouvinte. A ideia é que estes sistemas se desenvolvam a ponto de fazer recomendações cada vez mais certeiras, do ponto de vista do usuário. E que sejam ferramentas para a indústria da música reunir dados valiosos e identificar tendências e artistas emergentes – cenário onde a chegada dos gigantes Apple e Google, que anunciaram seus próprios projetos no fim do ano passado, chama a atenção.

Para a pesquisadora Simone Pereira de Sá, o fortalecimento dos sistemas de recomendação é um movimento sem volta. "É um sistema baseado em afinidades, na captação das redes sociais. O que as plataformas têm feito é conseguir algoritmos que traduzam essas afinidades. Vemos cada vez mais a força desde tipo de informação", diz.

De acordo com Simone, estas ferramentas permitem uma relação mais personalizada com o que se ouve, o que provoca mudanças no mundo da música, mas não substituem o sistema antigo por completo. "Por um lado, temos o consumo de nicho. Por outro lado, continuamos a ter os grandes hits. Há espaço tanto para as coisas mais populares como para uma certa curadoria de mediadores interessados em mostrar coisas novas. Sem dúvidas, acho que o mercado ficou mais plural", diz.

Colaborou Lucas de Vitta.

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