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Segundo longa-metragem da argentina Lucrecia Martel, A Menina Santa é a atração da sexta-feira | Divulgação
Segundo longa-metragem da argentina Lucrecia Martel, A Menina Santa é a atração da sexta-feira| Foto: Divulgação
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DVD

Coleção para formar plateia

Foto: Reprodução

Em parceria com a Livraria Cultura, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo também está lançando em DVD dez filmes de seu catálogo. São longas-metragens exibidos nas edições do festival paulistano na última década e que representam bem a proposta de diversidade aliada a qualidade.

Além do próprio Canções de Amor, que será exibido hoje à noite, às 22 horas, pela E-Paraná, a coleção inclui outro filme francês premiado, o ótimo Horas de Verão, de Olivier Assayas, estrelado por Juliette Binoche.

Do mestre português centenário Manoel de Oliveira, também está entre os lançamentos Sempre Bela. O filme reencontra Séverine, personagem central de A Bela da Tarde (1967), de Luis Buñuel, vivida no clássico por Cathérine Deneuve e agora interpretada por Bulle Ogier.

De uma só tacada, o pacote da Cultura em parceria com a mostra também inclui Taurus (2001) e O Sol (2005). O primeiro, sobre o ditador soviético Josef Stalin, e o segundo, a respeito do imperador japonês Hirohito, formam, ao lado de Moloch (1999), protagonizado por Adolf Hitler, uma trilogia dirigida pelo grande diretor russo Alexander Sokúrov sobre líderes totalitários que encabeçaram o elenco da grande tragédia que foi a Segunda Guerra Mundial.

Completam essa primeira leva Cerejeiras em Flor (Alemanha), de Doris Dörrie; Os EUA X John Lennon (EUA), de David Leaf e John Scheinfeld; Tulpan (Cazaquistão), de Sergei Dvortsevoy; Shortbus (EUA), de John Cameron Mitchell; e Nós, os Vivos (Suécia), de Roy Andersson.

  • Ludivine Sagnier, Clotilde Hesme e Louis Garrel: triângulo amoroso em Canções de Amor

Os fãs do cinema mais autoral, à margem da chamada produção mainstream hollywoodiana, hoje têm uma espécie de oásis na programação da televisão aberta. A TV Cultura, cuja grade é parcialmente retransmitida aqui pela E-Paraná, vem exibindo duas vezes por semana, quartas e sextas-feiras, sempre às 22 horas, filmes do acervo da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O título que vai ao ar hoje é o musical romântico Canções de Amor (2007), do diretor francês Christophe Honoré.

O cineasta, que tem no currículo os filmes cult Em Paris e A Bela Junie, não esconde de ninguém sua paixão pela nouvelle vague. E, em Canções de Amor, isso é mais do que evidente. Mas não se trata de um saudosismo passivo e reverente. Embora haja em seus longas traços visíveis e irrefutáveis do movimento capitaneado por cineastas como François Truffaut e Jean-Luc Godard, o diretor não se furta da obrigação de inventar e surpreender.

Aos moldes dos filmes cantados de Jacques Démy, como Os Guarda-Chuvas do Amor (1964), o filme de Honoré conta, em três atos, a história do jornalista Ismaël (Louis Garrel, astro de Os Sonhadores e Em Paris).

No primeiro ato, o personagem vive uma história de amor a três, com sua namorada Julie (Ludivine Sagnier, de 8 Mulheres) e uma colega de redação, Alice (Clotilde Hesme). No intermediário, Ismaël sofre um grande golpe que lhe tira o chão. E, no último, ele redescobre a possibilidade amar – e de forma tão inusitada quanto inesperada.

Costurada pelas belíssimas canções de Alex Beaupin, que venceu o César (o Oscar francês) de melhor trilha sonora, a trama de As Canções de Amor flui transbordando citações à nouvelle vague, que vão dos dilemas à la Antoine Doinel (herói de uma série de filmes de Truffaut) de Ismaël à câmera orgânica e aos cortes secos, dignos da urgência narrativa do cinema de Godard.

Mas o que fica e cola na memória do espectador é mesmo o despudor do tributo de Honoré ao amor romântico, tema recorrente na obra do diretor, e, é claro, as canções de Beaupin, repletas de humor, ironia e poesia.

Argentino

Na próxima sexta-feira, dia 11, é a vez do robusto cinema argentino contemporâneo. E por meio daquela que é considerada uma das mais interessantes diretoras latino-americanas da atualidade: Lucrecia Martel, revelada pelo excelente O Pântano (2001). A Mostra Internacional de Cinema na Cultura exibe nesta semana, também às 22 horas, seu segundo longa-metragem, A Menina Santa.

O personagem central da trama é Amália (Maria Alche), uma adolescente de 16 anos que mora na cidade de La Ciénaga, no norte da Argentina, onde sua mãe, Helena (Mercedes Morán), é divorciada e dirige um hotel. Certo dia, após um ensaio do coral do qual participa, Amália e sua melhor amiga, Josefina (Julieta Zylberberg), filha de uma família bastante conservadora, vão à igreja para conversar sobre fé, vocação e segredos sentimentais. Pouco depois, Amália conhece o médico Jano (Carlos Belloso), que participa de um congresso na cidade e está hospedado no hotel de sua família. O encontro, marcado pela ambiguidade peculiar ao cinema de Lucrecia, leva a jovem a entrar em uma espécie de dilema entre o profano e o sagrado, no qual um aparente "pecado" parece conduzi-la em uma missão salvadora.

Comentários

A Mostra Internacional de Cinema na Cultura, embora privilegie a exibição, conta com convidados que, em um descontraído bate-papo nos primeiros minutos do programa, comentam a respeito da produção do dia. Neste mês, entretanto, os filmes irão ao ar sem esses comentários.

Programação

Confira os próximos filmes da Mostra Internacional de Cinema da Cultura, exibida pelo canal E-Paraná, quartas e sextas-feiras, às 22 horas

11/11 – A Menina Santa, de Lucrecia Martel.

16/11 – Amor em 5 Tempos, de François Ozon.

18/11 – Dias Selvagens, de Wong Kar-Wai.

23/11 – Elsa & Fred, de Marcos Carnevale.

25/11 – Kedma, de Amos Gitai.

30/11 – Persépolis, de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud

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