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A evolução | Reprodução/G1
A evolução| Foto: Reprodução/G1

FRINGE

• A Mostra Novos Repertórios traz produções recentes dos grupos A Armadilha (Os Leões), Companhia Silenciosa (Mecânica), Pausa Companhia (Menos Emergências) e Companhia Provisória (Após ser Jogado do Rio e Antes de me Afogar), que têm em comum a realização de um trabalho com ênfase na pesquisa e produção teatral.

As montagens estarão em cartaz no TEUNI – Teatro Experimental da UFPR, de 22 de março a 1.º de abril. Mais informações, no site www.novosrepertorios.blogspot.com.

• Rumo à Terra. Teatro da Caixa (R. Conselheiro Laurindo, 280). Com o grupo Pé no Palco. Direção de Fátima Ortiz. Dias 22 a 25, às 18 horas. Ingressos a R$ 10 e R$ 5 (meia).

Trechos de poemas de Walt Whitman são declamados, sem adaptação, por uma espécie de narrador, interpretado pela própria diretora, e por três outros atores, que encarnam bufões.

• Sou Ator Mas não Sou Gay. Teatro Paulo Autran (R. Coronel Dulcídio, 570 – Shopping Novo Batel). Com a Cia. Cênica Simplicissimus. Texto e direção de Ruiz Bellenda. De 22, 23, 26, 27 e 31, às 17 horas; 24, 25, 28, 29 e 30 de março e 1.º de abril, às 14 horas.

Jovem que decide ser ator recebe uma proposta indecente do diretor: o papel principal em sua nova peça em companhia de uma noite de prazer.

• O Pagador de Promessas. Largo da Ordem. Texto de Dias Gomes. Adaptação e direção de Michelle Cabral. Dias 22, às 14 horas; 23 e 24, às 9h30;e 25, às 18 horas. Entrada franca.

O diretor João Luiz Fiani tinha apenas 21 anos quando participou do elenco da primeira montagem de Colônia Cecília, em 1984, espetáculo musical do Teatro de Comédia do Paraná, dirigido por Ademar Guerra. Mais de duas décadas depois, ele presta uma homenagem ao diretor – com quem também trabalharia em Mistérios de Curitiba e O Vampiro e a Polaquinha – ao remontar o espetáculo à sua maneira.

"A primeira produção foi bem menor", diz o diretor. Se na década de 80 a montagem já era considerada um superprodução musical, com elenco grandioso (ler matéria abaixo), imagine como será o remake, que juntamente com Os Dois Cavalheiros de Verona, do Grupo Nós do Morro, abre a Mostra Oficial do Festival de Teatro de Curitiba, com apresentações hoje e amanhã, às 20h30, no Guairinha.

Em 1984, eram 14 atores. Hoje, são 32, que integram a Cia. Máscaras de Teatro, criada há 11 anos por Fiani e o ator Marino Jr. "Formamos a maioria deles", conta o diretor, proprietário da Fundação Teatro Lala Schneider. O protagonista é interpretado pelo ator Enéas Lour, indicado ao Prêmio Gralha Azul de melhor ator por sua atuação em Toda Nudez Será Castigada, de Edson Bueno.

Ele incorpora o idealizador da Colônia Cecília, o italiano Giovanni Rossi, que trouxe ao Brasil um grupo de imigrantes italianos, no final do século dezenove, fixados em Palmeira, interior do Paraná. O modo de vida da colônia pregava o fim do sistema tradicional da família, fundado no poder pátrio, e o amor livre.

Ninguém é de ninguém

Na teoria, homens e mulheres não tinham "dono" e, portanto, podiam se relacionar sexualmente com quem quisessem em um espaço construído para o amor e para as reuniões da comunidade – a "Casa do Amor". Mas, relatos históricos apontam poucos casos de amor livre. A prática ainda era considerada tabu e provocava discórdias entre os casais, o que é mostrado com bom-humor no espetáculo de Fiani.

Por essas e por outras, o sonho do anarquismo durou pouco. Em 1893, José Gariga, espanhol acolhido pelos moradores da colônia, fugiu com todo o dinheiro da venda da safra do milho. A crise se agravou com a chegada do vírus da crupe, que levou membros do grupo anarquista a tentar a sorte em outros lugares.

O texto do espetáculo foi escrito por Renata Pallotini, no mesmo ano em que a peça foi montada. "Foi logo após a ditadura", conta o escritor Miguel Sanchez Neto, para justificar a forma de Pallotini contar a história, enfatizando questões relacionadas à libertação e à esperança.

Autor de um dos livros que serviram de referência para Fiani, o romance Um Amor Anarquista (2005), Sanchez esteve em um ensaio do grupo, na semana passada, para esclarecer dúvidas do elenco sobre a história da Colônia Cecília. "É um espetáculo comovente, em que se alternam a alegria extrema e a discórdia", disse aos atores.

Com estrutura fragmentada, o espetáculo pode ser chamado de "épico-lírico", usando as palavras de Pallotini, característica reforçada pela trilha sonora. Foram criadas oito músicas a partir das letras presentes no texto original. O músico Ivan Graciano, filho do casal Nhô Belarmino e Nhá Gabriela, faz uma participação especial no espetáculo, ao lado do diretor musical Marcyo Luz.

Ao vivo, os atores tocam, cantam e dançam, em meio a um cenário de araucárias e seqüências de projeções de vídeo. Entre as canções, Fiani adicionou algo inédito: o Hino Oficial da Colônia Cecília, que o grupo descobriu em uma busca pela Internet.

Serviço: Colônia Cecília. Guairinha (R. XV de Novembro, s/n.º), (41) 3304-7982. Dias 22 e 23, às 20h30. Ingressos a R$ 26 e R$ 13 (meia)

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