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 | Daniel Isolani/Gazeta do Povo
| Foto: Daniel Isolani/Gazeta do Povo

Agenda

Confira a programação da Oficina de Música neste domingo:

• Show Paz de Usinas – Império sem Sentido

Escola Municipal Dario de Castro Vellozo (R. Des. Cid Campelo, 4.630, CIC), (41) 3212-1708. Às 15 horas. Entrada franca.

• Circuito Off da Caixa – Show Duo Ello Percussão

Com Carlos Stasi e Luiz Guello (percussão). Teatro da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Às 19 horas. R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada). Sujeito à lotação.

• Lançamento do CD e DVD Riso Fácil, de Clarissa Bruns

Com Clarissa Bruns (voz), Fábio Hess (violão e guitarra), Davi Sartori (teclados), Cristian Julian (baixo), Márcio Rosa (percussão), Graciliano Zambonin (bateria) e Estela de Castro (violoncelo). Teatro do Paiol (Lgo. Guido Viaro, s/nº), (41) 3213-1340. Às 19 horas. R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada).

• 20 Anos do Coral Brasileirinho

Com direção de Milton Karam e Helena Bel. Teatro da Reitoria (R. XV de Novembro, 1.299), (41) 3360-5066. Às 21 horas. R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada).

Desde 2010 na direção artística da principal orquestra brasileira hoje, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), Arthur Nestrovski esteve em Curitiba na semana passada para falar sobre sua experiência no cargo e para se apresentar ao lado da filha, a cantora Lívia Nestrovski. No bate-papo, realizado pelo Sesc Paço da Liberdade, Nestrovski falou sobre o cenário da música sinfônica no Brasil e sobre seu trabalho à frente da Osesp – que, em sua avaliação, vem em uma rota de avanços continuados desde a sua reestruturação, em 1997.

O diretor artístico destaca a chegada da regente titular Marin Alsop entre os fatores para o crescimento da Osesp, que tem feito apresentações em importantes salas internacionais e segue ampliando suas atividades em frentes como a edição de partituras, revista mensal, gravações, projetos educativos e formação de plateia. Os êxitos, defende Nestrovski, são indissociáveis do modelo de gestão via Organização Sociais (OS) adotado pela orquestra paulista em 2006 – modelo que enfrenta resistência, em sua avaliação, por "desentendimento, desinformação e ideologia". Confira trechos da entrevista do diretor artístico à reportagem da Gazeta do Povo.

Qual a concepção de direção artística que orienta todas essas atividades da Osesp?

O eixo de tudo o que a gente vem tentando fazer é a tentativa de fortalecer ao máximo os comprometimentos locais. A gente ser uma orquestra ligada à cidade de São Paulo, ao estado de São Paulo, à música brasileira e, ao mesmo tempo, ter um âmbito de atuação internacional. Ser uma orquestra local e global ao mesmo tempo. Este é o horizonte de tudo o que a gente faz. Que, no final das contas, explica tantas atividades diferentes que viemos fazendo, desde a edição de partituras de compositores brasileiros, até a gravação das obras de Villa-Lobos; desde a turnê internacional à turnê que vamos fazer em fevereiro pelo estado de São Paulo. A gente tem de contemplar todas essas coisas. A Osesp cresceu e se tornou uma instituição que hoje é muito maior do que só uma orquestra.

Pode-se dizer que, devido a estas dimensões a que chegou, a Osesp se tornou uma instituição inabalável, com apoio garantido do Estado?

Em nenhum lugar do mundo existe uma instituição inabalável. O governo de São Paulo, há 60 anos, de uma forma ou de outra, apoia a orquestra. Mas não há dúvidas de que, de 1997 para cá, esse apoio se tornou muito expressivo. O mais importante de tudo foi o entendimento do modelo de gestão. É absolutamente crucial. A Osesp hoje só pode funcionar como funciona graças ao modelo de gestão das Organizações Sociais (OS). A Osesp, da Pinacoteca do Estado de São Paulo, do Museu da Língua Portuguesa, do Museu do Futebol, da São Paulo Companhia de Dança – todas essas são instituições culturais importantes para a cidade, para o estado e até para o país – vêm funcionando muito bem graças ao entendimento que o governo tem tido do modelo de gestão. Esta é uma discussão que precisa acontecer aqui. Porque, se está dando tão certo com instituições como essas, não há nenhum motivo para não se imaginar que isso não seja um modelo que merece ser discutido com seriedade para ser implementado onde for possível. Também é importante dimensionar que, quando a Fundação Osesp foi criada, 100% da verba da Osesp vinha do governo do estado. Hoje, 60% é dinheiro público e 40% é de patrocínios, venda de ingressos, aluguel da sala, doações. Isso é outro sinal de que está dando certo. Você sai de um modelo em que 100% é patrocínio do estado e a coisa não funciona tão bem quanto deveria, com entraves de todas as naturezas, e passa para outro, em que você tem uma instituição especializada no que está fazendo e os resultados são francamente positivos até em termos de investimento. Com tudo isso, só posso esperar que os resultados sejam sempre fortes o suficiente para que a orquestra não sofra abalos independentemente de qualquer mudança política.

Uma das resistências manifestadas pela classe artística à adoção deste modelo na Orquestra Sinfônica do Paraná é o temor de que não haja o incentivo inicial do Estado para que ela atinja os resultados que a Osesp, por exemplo, atingiu.

Levou oito anos para chegarmos nisso. A questão é que o governo não tem como pedir patrocínio, por definição.

Qual o lugar das encomendas no seu projeto?

Fundamental. A gente encomenda pelo menos seis obras de autores brasileiros e uma ou duas de um autor internacional em sociedade com outras grandes orquestras. A Osesp, por todas as circunstâncias que mencionei, não pode nunca deixar de ser uma instituição que apoia concretamente a música brasileira. Isso, para mim, é uma das missões da orquestra. Se a gente não fizer isso, quem vai fazer? Acho que todas as orquestras brasileiras têm essa obrigação.

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