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Vivabiancaluna explora um gênero musical renascentista conhecido como frótola em seu recital | Divulgação
Vivabiancaluna explora um gênero musical renascentista conhecido como frótola em seu recital| Foto: Divulgação

Concerto

Série Solo Música – Vivabiancaluna Biffi

Teatro da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Hoje, às 20 horas. R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada).

A Série Solo Música, organizada pelo produtor cultural Álvaro Collaço no Teatro da Caixa, em Curitiba, é um dos poucos eventos que colocam o público em direto contato não apenas com o músico, em uma apresentação solo e intimista, como também com instrumentos pouco utilizados, para não dizer completamente exóticos. A próxima apresentação da série, que acontece hoje, às 20 horas, é prova disso (veja o serviço completo do show no Guia Gazeta do Povo). A musicista italiana Vivabiancaluna Biffi faz um recital com a viela, um instrumento de cordas medieval que pode ser considerado o precursor do violino, similar à lira da braccio renascentista, em que une poesia e literatura. "É um recital absolutamente raro, não só pelo instrumento, que quase ninguém executa de forma solo, ainda mais cantando, como também pelo estilo de música e pelo repertório fechado", afirma Collaço.

VÍDEO: Assista ao vídeo da cantora Biffi tocando o instrumento viele

Gênero

O gênero executado é um capítulo à parte. Conhecido como frótola, o estilo precursor do madrigal italiano caracteriza-se por uma melodia dominante acompanhada de duas ou três partes baixas, vocais ou instrumentais. "É uma música muito particular que vigorou na Itália durante apenas 30 anos, entre o final do século 15 e o começo do século 16", afirma Vivabiancaluna, que admite ter começado a estudar o gênero justamente por não apreciá-lo. "Achava a frótola fácil demais, e gosto de estudar coisas de que não gosto muito. Mas essa aparente facilidade é o segredo dela. Os compositores buscaram inspiração na musicalidade das ruas, o que a torna ao mesmo tempo de fácil compreensão e extremamente intelectualizada. Ela exige que o músico busque uma profundidade dentro de si na performance."

O repertório da apresentação é fechado num programa já executado pela musicista em turnês pela Europa e Canadá, resultado de cinco anos de pesquisa musical. O espetáculo batizado Fermate il Passo (parar o passo, na tradução), reúne peças dos principais compositores de frótola, que criam músicas sobre poemas de nomes célebres como Francesco Petrarca, Maquiavel, Poliziano e Serafino Aquilano, tendo como referência a obra de Ottaviano Petrucci (1504-1541), que deixou onze livros publicados sobre a frótola. "É uma tradição perene na cultura italiana adicionar uma melodia a poemas para recitá-los. São 24 pequenas peças, que uso como partes em uma proto-ópera com três atos, intercalando canto e declamação", explica a artista.

O foco central da frótola – e do espetáculo Fermate il Passo –, entretanto, mais do que a música, é a emoção. Vivabiancaluna explica que todas as peças falam de amor e outros sentimentos universais inerentes ao ser humano, e que o concerto é capaz de trasmitir esses sentimentos de maneira livre. "Já toquei esse repertório perto de 60 vezes, e a intensidade dele se materializa quando eu e o público sentimos as emoções na mesma intensidade, num fluxo circular entre eles e eu."

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