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As pinturas "Retirantes"  e "Enterro no Sertão" fazem parte da mostra Bandeira de Mello, Eu Existo Assim, que abre hoje à noite na Galeria da Caixa, com a presença do artista de 81 anos | Reprodução
As pinturas "Retirantes" e "Enterro no Sertão" fazem parte da mostra Bandeira de Mello, Eu Existo Assim, que abre hoje à noite na Galeria da Caixa, com a presença do artista de 81 anos| Foto: Reprodução

Em 1971, o pintor e desenhista Lydio Bandeira de Mello venceu um concurso para a criação de um grande mural para a nova sede da Caixa Econômica Federal do Rio de Janeiro. Mas, há alguns anos, a obra foi destruída em um incêndio que atingiu a unidade carioca do banco.

Para marcar a reinauguração do espaço, após a reforma, em 2009, o produtor cultural Anderson Eleotério teve a ideia de restaurar o painel e exibi-lo, pela primeira vez, em uma grande retrospectiva em homenagem aos 80 anos do artista.

Dessa forma nasceu Bandeira de Mello, Eu Existo Assim, uma retrospectiva concebida pelo próprio pintor, que, após passar pelo Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, chega hoje à Galeria da Caixa, em Curitiba, antes de encerrar sua temporada de apresentações em Salvador.

"Foi uma exposição criada para homenagear os 80 anos do artista e que abre espaço a uma pintura acadêmica que está se perdendo", conta o produtor. Nascido em Leopoldina, em 1929, Bandeira de Mello é considerado um dos maiores ícones da pintura moderna brasileira. Professor universitário durante boa parte de sua vida – lecionou, entre outras faculdades, na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, cidade onde reside –, o pintor influencia até hoje uma geração de novos talentos.

A mostra, que sofreu adequações para caber quase em sua totalidade no diminuto espaço da galeria curitibana, traz pinturas, desenhos, estudos e projetos, em boa parte, inéditos, garimpados no acervo pessoal de Bandeira de Mello e em coleções públicas e particulares. São obras, muitas delas restauradas especialmente para a exposição, que abrangem os períodos entre a década de 1970 até agora. "Procuramos compor a exposição de forma a ir pontilhando a trajetória de Bandeira de Mello. O que não coube na mostra aparece em uma compilação de imagens em vídeo", conta Eleotério.

Entre as obras mais recentes, está uma série de desenhos iniciados há cerca de dez anos pelo artista, que se tornou especialista em retratos, com evidentes referências à tradição do ícone. Nus femininos, cenas do cotidiano, animais, pinturas religiosas, paisagens, o sertão e o campo, além de estudos para a construção de afrescos e painéis, são temas recorrentes nesta obra que se consagrou pela riqueza de detalhes, pela técnica rigorosa e pelo equilíbrio das cores.

O pintor e desenhista participou, entre outras exposições, da 5.ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1959, de diversas edições do Salão Nacional de Belas Artes e possui obras no acervo do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.

Serviço:

Bandeira de Mello, Eu Existo Assim (confira o serviço completo da exposição). Galeria da CAIXA (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5114. Abertura, dia 10 às 19 horas. Terça a sábado, das 10 às 21 horas, e domingo, das 10 às 19 horas. Entrada franca. Até 26 de junho.

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