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Sob o nome artístico de DJ Mosey, Pierre Sarkozy tocou no Brasil neste fim de semana | Divulgação
Sob o nome artístico de DJ Mosey, Pierre Sarkozy tocou no Brasil neste fim de semana| Foto: Divulgação

Ele até tenta, mas não consegue esconder as origens. O DJ Mosey, como prefere ser chamado Pierre Sarkozy, é filho do ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, mas não gosta de falar no assunto. Chamando a atenção mais pelo sobrenome do que por seu trabalho, o francês de 25 anos trouxe seu house para o Brasil pela terceira vez e fez sua primeira apresentação no Paraná, na última quarta-feira (6), em Londrina.

Em seu currículo musical, destacam-se a trilha sonora para o DVD do ator francês Jamel Debbouze e a produção do disco de Doc Gyneco, artista de rap mais vendido na França. Há quem diga, no entanto, que o único feito notável de Mosey foi emplacar o jingle de uma campanha publicitária na França. Na vida pessoal, já foi motivo de polêmica em seu país por viajar em férias para o Brasil usando seguranças oficiais de Estado e dinheiro público.

Depois de discotecar em Indaiatuba, interior de São Paulo, e em Londrina, Mosey agitou ainda as pistas em Camboriú, antes de deixar o Brasil. Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, ele fala de suas influências, realizações e planos.

Como começou esse trabalho de DJ?

Quando eu era bem criança, com 13 ou 14 anos. Eu já fazia tags para meus amigos, gravando músicas e passando para fitas. Eu estava sempre envolvido com música e já tocava em pequenos clubes, pequenas festas. Mas eu queria produzir música e foi assim que tudo começou.

Quais são as influências no seu trabalho?

Gosto dessa linha de Salvador Dali [DJ], a virada [dele]. Tudo me influencia um pouco, mas nada me muda. A vida está sob grandes influências, claro. As minhas influências não são muito originais. Eu ouvia muita soul music e, no que diz respeito à cena eletrônica, o french house produzido no final dos anos 1990, como de Daft Punk, Etienne de Crécy, Alex Gopher, Cassius.

Qual foi o seu maior trabalho até agora?

Amanhã vai ser meu grande trabalho, porque penso que o melhor está por vir. Mas, para mim, uma das maiores realizações foi tocar em Ibiza. Para um DJ, tocar em Ibiza é como para um muçulmano ir à Meca. É realmente um grande momento. E também, talvez o primeiro trabalho que fiz: compor a música para o DVD de um ator francês. Antes daquilo eu não tinha feito nada de música e o DVD vendeu mais de um milhão de cópias. Foi o primeiro dinheiro que eu ganhei com a música e foi importante, porque eu entendi, naquele momento, que a música não era só uma paixão e um jeito de gastar dinheiro – porque você compra muitos CDs, o equipamento é muito caro –, mas é também um jeito de ganhar a vida.

E aquele jingle que você fez para uma campanha na França?

Basicamente, eu não fiz o jingle. Foi meu parceiro quem fez a partir do label que eu criei. Já produzi músicas para filmes e para artistas, mas não tive a chance de realmente fazer aquele jingle.

Quais são os projetos para o futuro?

Trabalhar como produtor, fazendo minhas próprias produções. Então, no fim de semana estou tocando em diferentes clubes, em vários lugares do mundo. E durante a semana, estou em estúdio, trabalhando nas faixas. O primeiro EP deve ser lançado em setembro.

Você já esteve algumas vezes no Brasil. Percebe alguma particularidade no público brasileiro?

É a minha terceira vez como DJ no Brasil. Já pude tocar no Rio, Floripa, São Paulo. O Brasil é meu segundo país. Cada público é diferente, dependendo do clube, ainda que num mesmo país. Mas eu percebi que, em muitos lugares ao redor do mundo, as pessoas saem não para se divertir, mas para se mostrar. No Brasil, eu percebo que as pessoas saem para celebrar a vida, não só para se mostrar. Não sei se é assim para outros DJs, mas para mim essa é a grande diferença no brasileiro e o que torna a festa melhor.

Ser filho de Nicolas Sarkozy ajuda na carreira?

É como em toda a situação em que você tem pontos positivos e pontos negativos. Mas, no final, fica equilibrado. Equilibra com vantagens muito boas e desvantagens muito ruins.

Seu pai apoia sua carreira de DJ?

Cresci em uma família em que sempre foi dito que devemos seguir nossas paixões e o grande risco na vida é não seguir nenhuma delas. Então, tive a chance de crescer com essa mentalidade e viver a paixão que tenho pela música.

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