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Ela foi bilheteira de cinema e já escandalizava a sociedade da época ao se pintar como as atrizes dos filmes mudos. Fugiu de casa, porque apanhava do pai. A mãe fugiu antes, por não aceitar um caso extraconjugal do marido. Dercy morou num sanatório, pago por Ademar Martins, homem casado, pai de sua única filha, Dercimar. Esses foram alguns dos percalços enfrentados por essa mulher pobre, que queria ser artista quando a profissão era confundida com a de prostituta.

Dercy tentou ser cantora, mas a verve humorística a levou primeiro aos espetáculos do teatro de revista e depois às comédias. Logo descobriu que os palavrões eram a arma para arrancar risadas da platéia. Passou a usá-los, sem comedimento, como ganha-pão.

Atuou em 65 espetáculos teatrais, fez 36 filmes e entrou para a televisão em 1957. Nos anos 60, uma marca de seu sucesso foi ter atraído 90% da audiência para o seu programa, Consultório Sentimental, na Rede Globo. Estrelou outros programas na tevê, em que contava piadas e falava diretamente ao público; participou de novelas, mas sempre teve dificuldade em representar personagens. Dercy moldava-os a ela mesma – ao seu estilo escrachado, agora secular.

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