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Em seu quinto filme em parceria com Tony Scott, Denzel Washington interpreta um maquinista que decide parar um trem desgovernado que carrega carga explosiva | Divulgação
Em seu quinto filme em parceria com Tony Scott, Denzel Washington interpreta um maquinista que decide parar um trem desgovernado que carrega carga explosiva| Foto: Divulgação
  • O bonitão Chris Pine vive um maquinista novato, parceiro de Denzel Washington

Ao pegar meu ingresso, a funcionária do cinema diz: "Muito boa escolha!". Espanto-me um pouco com a declaração tão taxativa, afinal, trata-se apenas de mais um filme de ação. No entanto, entrei mais motivada na sala de Incontrolável (confira trailer, fotos e horários das sessões), de Tony Scott, lançado sem muito alarde, talvez por não se tratar de um filme-catástrofe ou de mais um produto para ser visto com óculos 3D. Ou talvez porque, à primeira vista, Incontrolável não prometa nada além de um parentesco com outro filme recente de Scott, O Sequestro do Metrô 123 (2009) – ambos têm Denzel Washington como protagonista e tratam de trens desgovernados.

Mas o thriller, em cartaz em circuito nacional, se revelou um dos mais eletrizantes lançados em um momento de certa crise de criatividade hollywoodiana. O que não significa que o diretor britânico, irmão de Ridley Scott, tenha apelado para uma trama mirabolante cheia de efeitos especiais. Pelo contrário. O roteiro parte de uma história real, o caso de um trem que seguiu desgovernado por 106 quilômetros até finalmente ser parado por um maquinista que conseguiu subir na locomotiva.

No filme, esse homem é Frank Barnes, vivido por Denzel Wa­­shington, a poucos dias de se aposentar, sem que os quase 30 anos dedicados ao emprego tenham sido valorizados. Enquanto ele e o novato Will Gordon (o bonitão Chris Pine, o capitão Kirk do novo Star Trek) transportam uma composição, um técnico displicente comete um erro que faz com que um dos trens do pátio de manobras, repleto de material explosivo, parta desgovernado e sem condutores por uma rota superpovoada.

Barnes e Gordon, que seguem na direção contrária, terão a missão de parar o trem e evitar um grave acidente – mas isso só depois que todas as tentativas de descarrilamento dos chefões da companhia, mais interessadas em não perder dinheiro, forem frustradas.

Desde a primeira cena, é im­­possível despregar os olhos da tela sem que para isso não seja preciso nada além de puro cinema: sem muitos diálogos e explicações, a narrativa se desenrola apenas com as frenéticas cenas da ferrovia alternadas às conturbadas tentativas de resolução na sala de controle, chefiadas pela afiada Rosario Dawson (de Alexandre), e imagens dos telejornais que acompanham tudo com helicópteros.

Efeitos sonoros

A tensão se eleva à potência máxima com os recursos sonoros, que fazem o trem rugir co­­mo um animal feroz e descontrolado. A máquina é tratada co­­mo um personagem aterrador, a exemplo de alguns bons filmes de ação, como Velocidade Máxima (1994), sobre um ônibus que não pode parar sob pena de explodir, e o clássico de suspense Encurralado (1971), de Steven Spielberg, no qual um caminhão de proporções gigantescas persegue o mo­­torista de um carro por uma estrada.

Incontrolável, na trilha de ou­­tros filmes de Tony Scott, como Chamas da Vingança (2004), Jogo de Espiões (2001), Dias de Trovão (1990) e Top Gun – Ases Indomáveis (1986), não pretende ser mais do que se propõe: puro entretenimento. Portanto, para arrematar, não espere nada além do típico final feliz, com os protagonistas se consagrando como heróis e recebendo beijos românticos.

Mas a narrativa é rápida e nos permite sair da sala ainda sob a vertigem da experiência de um filme de alta voltagem. "Bom, não é?", me perguntou a mesma fun­­cionária, à saída do cinema. "Muito bom!", respondi, ainda atordoada. GGG

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