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Na trama de A Casa do Terror, seres imortais são escravizados por um tirano que exige virgens continuamente | Fotos: Divulgação
Na trama de A Casa do Terror, seres imortais são escravizados por um tirano que exige virgens continuamente| Foto: Fotos: Divulgação

Agenda

A Maratona A Casa do Terror reúne os cinco espetáculos da história. Saiba mais:

Sexta-feira

21h – Parte 1: A Primeira A Gente Nunca Esquece (confira o serviço completo)

23h59 – Parte 2: O Exorcista (confira o serviço completo)

Sábado

21h – Parte 3: Ai Que Loucura (confira o serviço completo)

23h59 – Parte 4: A Visita de Harry Potter (confira o serviço completo)

Domingo

21h – Parte 5: O Bicho Vai Pegar (confira o serviço completo)

As apresentações acontecem no Teatro Lala Schneider (R. Treze de Maio, 629), (41) 3232-4499. Classificação indicativa: 12 anos. R$ 40 e R$ 20 (meia-netrada). Até 18 de setembro.

  • O público se assusta na entrada, ao estilo casa mal-assombrada, mas logo surge a plateia iluminada

Antes de encontrar seu assento, você percorre corredores mal iluminados, em que atores debocham da sua cara e o as­­sustam para divertir o resto da plateia. Não seria o melhor pro­­grama de fim de semana, não fosse essa A Casa do Terror, espetáculo da Cia. Máscaras de Teatro em cartaz há 16 anos na cidade. A entrada ao estilo casa mal-assombrada combina com a proposta do blockbuster cênico do Teatro Lala Schneider.

A lotação fica próxima do total em quase todas as apresentações, e um dos segredos desse sucesso comercial é a propaganda pessoal: todo mundo conhece alguém que recomenda a peça efusivamente. Um dia, terminará a noite por lá.

Aqui entra um fato incompreensível para os mais velhos: assistir ao espetáculo à meia-noite funciona como um estímulo, desde a primeira experiência com o horário em Curitiba, quando Antônio Carlos Kraide montou Rocky Horror Show no Teatro Guaíra, em 1982.

No elenco estava o criador de A Casa do Terror, João Luiz Fiani, que tirou a inspiração do filme A Dança dos Vampiros, de Roman Polanski (1967). "Outros grupos trabalham com o terror, mas de uma forma que assusta algumas pessoas", contou Fiani à Gazeta do Povo. Ele decidiu então misturar horror e comédia. Para dar liga, entra a sexualidade, com piadas sobre virgindade e ho­­mos­sexualismo no centro da trama. A história fala de uma casa onde moram seres imortais, regidos pelo Mestre das Trevas, cuja ira só é aplacada quando recebe mulheres virgens. Seus súditos sofrem a cada episódio para encontrar uma, o que nunca é tarefa fácil – sempre surgem imprevistos para atrapalhar, como a invasão da casa por assaltantes.

Com esse roteiro básico, a qualidade do desempenho de­­pende dos atores do momento – o elenco já teve o humorista Fábio Silvestre, Nadja Naira, Ranieri Gonzalez, Rosana Stavis, Maureen Miranda, Leonardo Miggiorin (o Roni, de Insensato Coração), entre outros.

Após a estreia em 1995, quando o espetáculo foi apresentado no Teatro Novelas Curitibanas, vieram quatro sequências, que podem ser vistas num único fim de semana até 18 de setembro (veja no quadro ao lado). A peça teve passagens pelos auditórios do Mini-Guaíra e Guairinha, e ficou por mais de dois anos em cartaz no Rio de Janeiro e em Londrina.

"Assisto desde o começo e estou tentando viciar ela também", conta o funcionário pú­­blico Raphael Britto, de 29 anos, que levou a namorada pe­­la primeira vez ao espetáculo há dois sábados.

Metateatro

Além do sucesso comercial, outros méritos podem ser en­­contrados em A Casa do Terror. É fácil dar risada, por exem­­plo. "Sofremos com o es­­tigma da comédia, mas é difícil fazer rir", diz Fiani.

Ele diz receber grupos de artistas interessados na fama do espetáculo – outro dia, foi uma equipe da novela Malhação. Turistas em geral também co­­me­­çam a incluir a peça no ro­­teiro, em busca de referências locais de humor. Para eles e para os curitibanos que gostam de "se olhar no espelho", o texto inclui motoristas de Li­­geirinho, praças da cidade e até pichação de muro falando mal de governadores passados.

Outras surpresas são tiradas cômicas usando o próprio teatro como mote. No episódio 3, por exemplo, a brincadeira en­­volve as convenções de localização no palco. Se um ator diz que está entrando em casa e aponta para uma cortina, aquela se torna sua casa – até o momento em que os atores começam a questionar isso.

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