• Carregando...
Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar | Roberto Custódio/JL
Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar| Foto: Roberto Custódio/JL

Programe-se:

Os dez anos da Companhia Vigor Mortis serão comemorados com uma mostra de peças, de 1.º a 25 de novembro, no Teatro José Maria Santos além de festa, exposição e palestra.

Exposição Conecte os Pontos, com obras do artista plástico e quadrinhista DW, que fez os desenhos de Morgue Story e os zines da personagem Becca em Graphic. Durante todo o mês de novembro, no saguão do Teatro José Maria Santos.

Festa Vigor Mortis no Wonka, com Paulo Biscaia Filho, DW e DJ Herzog nas pickups. Dia 10 de novembro, às 23 horas, no Wonka (Rua Trajano Reis, 326). Ingressos a confirmar.

Palestra 10 Anos da Vigor Mortis, com Paulo Biscaia Filho falando sobre os princípios do Theatre du Grand Guignol, apresentação de vídeos e leitura dramática de Graphic. Dia 24 de novembro, às 15 horas, na Livraria Curitiba do Shopping Estação. Entrada gratuita.

Na semana passada, o Guairinha abrigou uma mostra repertório da companhia Pé no Palco, com espetáculos da diretora Fátima Ortiz. Agora, é a vez de outra companhia curitibana contar sua história.

A Vigor Mortis comemora dez anos de"muitos acertos e alguns tropeços", como define o diretor Paulo Biscaia Filho, com uma mostra no Teatro José Maria Santos, em que estarão reunidas as duas peças de maior sucesso do grupo – Morgue Story – Sangue, Baiacu e Quadrinhos (2004) e Graphic (2006) – e um espetáculo inédito, Santa & Domenica, o décimo da companhia.

Hoje à noite, volta ao cartaz Morgue Story, que fará oito apresentações – as derradeiras em Curitiba, como avisa o diretor. A peça, que mistura cinema, quadrinhos e humor, já foi vista por um público de mais de 10 mil pessoas e recebeu o Prêmio Gralha Azul 2005 nas categorias melhores espetáculo, ator (Anderson Faganello), diretor, texto original e sonoplastia (todos para Biscaia).

A trama se passa num necrotério e envolve os personagens Ana Argento (Mariana Zanette), uma roteirista de histórias em quadrinhos; Tom (Anderson Faganello), um vendedor de seguros cataléptico; e o médico legista (e maníaco sexual) Daniel Torres (leandrodanielcolombo, escrito assim mesmo em letras minúsculas sem espaço). Suas histórias se cruzam de maneira insólita. O Doutor Torres envenena mulheres atraentes com uma poção, mas seus planos começam a dar errado quando encontra Tom no gavetão do necrotério.

Biscaia conta que ainda se diverte assistindo ao espetáculo. Este, aliás, é espírito da Vigor Mortis. "A gente não faz a peça que quer fazer, mas a peça que quer ver. No começo, estávamos muito voltados para o próprio umbigo, não pensávamos como público", conta.

Riso com culpa

Os primeiros espetáculos da companhia ainda não continham o que Biscaia chama de "riso culpado" da platéia, que vê a violência acontecer em cena e acha engraçado. "PeeP, por exemplo, tinha muita influência do teatro contemporâneo, de Gerald Thomas. Era muito fragmentado, alinear, sensorial", lembra.

Pouco depois, ele decidiu investigar o gênero de teatro de horror fundado pela companhia francesa Theatre du Grand Guignol, do século 19, como tema da dissertação de seu mestrado, na Inglaterra. Na universidade, adaptou o filme de terror Reanimators para os palcos, seguindo à risca os preceitos estudados. "Era para ser sério, mas o público riu muito", conta. E o melhor, gostou.

De volta ao Brasil, Biscaia resolveu experimentar. Misturou a sanguinolência do Grand Guignol com o riso e o trash, e criou Morgue Story, o primeiro grande sucesso da companhia.

Em Graphic, que retorna ao cartaz no dia 15 de novembro, o "humor culpado" une-se à linguagem gráfica dos quadrinhos. A produção também rendeu Gralhas à companhia nas categorias melhor espetáculo, diretor e texto original. Além da indicação de melhor autor para Biscaia ao Prêmio Shell, que será revelado no primeiro semestre de 2008.

A peça conta a história de três personagens que se expressam através de gráficos: Artie (leandrodanielcolombo), um desenhista de manuais de instruções que tenta desenvolver idéias para um personagem chamado Homem-Sombra; Becca (Carolina Fauquemont), uma ex-desenhista de fanzines que trabalha como executiva de finanças e vive em meio a gráficos financeiros; e Raf (Rafaella Marques), uma artista de rua que trabalha com estêncil. A disputa dos três por uma vaga como desenhista de quadrinhos em uma grande editora traz à tona frustrações e anseios que vão levar um dos personagens à morte.

Para meninas

A quem sempre espera o fim trágico de alguns personagens nas peças da Vigor Mortis, Biscaia avisa: "Ninguém vai morrer em Santa & Domenica, mas isso não será motivo de decepção".

A nova montagem, que estréia neste sábado, dia 3, reúne elementos típicos do repertório da companhia, como a influência da cultura pop. Mas se diferencia porque concentra a narrativa mais nos diálogos do que na ação. A história gira em torno de duas amigas de infância, Domenica, proprietária de um restaurante, e Santa, a chef, com passagem pela cadeia por estelionato. "A violência e o humor agora está na fala das protagonistas", diz Biscaia. "Eu diria que esta é uma peça para meninas, mas aquelas mau-comportadas", continua.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]