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A partir da esquerda, Ricardo, Neto, Gustavo e Cândida: interesses em comum | Priscila Forone / Gazeta do Povo
A partir da esquerda, Ricardo, Neto, Gustavo e Cândida: interesses em comum| Foto: Priscila Forone / Gazeta do Povo

As coisas desimportantes

A proposta de Descoisas, Pré-Coisas e, no Máximo, Coisas é trazer ao palco um material que, a princípio, não serviria para a poesia, mas, surpresa, serve sim. É calcada no "poeta das delicadezas", o mato-grossense Manoel de Barros.

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Questões pessoais viram dança moderna

Em Pelo a Menos no País das Maravilhas, Ricardo Marinelli se apresenta usando uma antiga camiseta de uniforme do colégio, toda assinada pelos colegas no fim do ano letivo. Na parte da frente, todos deixaram recados simpáticos.

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Tempo para transitar entre as artes e amadurecer trabalhos num espaço próprio. Esse é o maior benefício que o Couve-Flor Minicomunidade Artística Mundial vê no patrocínio do Programa Petrobras Cultural, conquistado no ano passado, e que nesta semana começa a render apresentações para o público curitibano.

O grupo formado por sete integrantes, fundado em 2006, é um coletivo de artistas plurais que trabalha sem diretor. "O Couve-Flor existe para viabilizar o trabalho de cada um de nós", diz Neto Machado, curitibano que estudou dança e teatro e já trabalhou na Alemanha, França e Bélgica.

Hoje, o grupo começa os trabalhos do ano com a primeira de uma série mensal de entrevistas de artistas com artistas, ou Tête-à-tête. Para a escolha dos nomes, não há curador. Dessa vez, os "couves", como os artistas se denominam, convidaram a coreógrafa curitibana Gladis Tridapali, que por sua vez escolheu o artista visual Luiz Rettamozzo para entrevistar. Ele escolhe o nome do próximo, e assim vai, formando uma corrente. "A gente não tem a mínima ideia de quem vai ser o 12.º entrevistado", diz Neto, com curiosidade. O papo é aberto ao público, com entrada franca.

Discussão

Amanhã, começam as Ocupações: uma conversa entre pessoas que, normalmente, não estariam juntas, e que apresentam obras em andamento. O palco será dividido entre Margit Leisner, que trabalha com artes visuais e performance, e Renata Roel, que faz dança. Margit apresenta seu trabalho sem rótulos Sem Título, Ensaio Sobre um Certo Tema, e Renata traz o espetáculo de dança Baixo Ventre. Depois, elas conversam entre si, com o curador Ricardo Marinelli e com o público. A primeira já tem reconhecimento internacional e circula com facilidade, en­­quanto a segunda tem 23 anos e está começando. "Queremos colocar em interação não só artistas de campos diversos, mas também de gerações diferentes", explica Ricardo, que estudou educação física e dança moderna.

Cada Ocupação terá curadoria de um "couve". A ideia de debate veio da época em que os couves se conheceram, em 2004, quando eram bolsistas do centro de Estudos do Movimento da Casa Hoffmann, ligada à Fundação Cultural de Curitiba. Foi amor à primeira vista.

Tête-a-tête e Ocupação acontecem na sede do grupo, alugada graças ao subsídio da Petrobras. A casa anterior, ou "cafofo", para os íntimos, ficava perto da Praça Santos Andrade.

Dois anos

Em agosto, haverá outra mostra de repertório. Neste ano, eles fazem mais três edições de Ocupações e 11 entrevistas Tête-à-Tête.

Ano que vem, desenvolvem uma obra inédita, possivelmente em conjunto, com estreia entre julho e agosto de 2012. A obra terá temporada em Curitiba e sairá em tour por São Paulo, Salvador e São Luís do Maranhão.

É uma oportunidade para o público curitibano ter mais contato com o trabalho desse coletivo de artistas, já que, pela maior oferta de festivais, eles costumavam circular fora da cidade. Ou do país. Daí vem, inclusive, o "Mundial" do nome.

As couves Cristiane Bouger e Michelle Moura, por exemplo, não virão para a mostra desta semana, já que tocam trabalhos nos EUA e na França, respectivamente.

A distância física não atrapalha o trabalho criativo. "Começamos por uma necessidade prática e financeira, e hoje temos interesses artísticos comuns", define Gustavo Bitencourt. As outras couves são Cândida Monte e Elisabete Finger, que está chegando de Berlim (leia mais nesta página).

A comunidade aproveita para oferecer quatro gatinhos que nasceram no cafofo, muito fofos mas atiçam a alergia dos integrantes.

Serviço:

Tête-à-Tête. Gladis Tridapali entrevista Luiz Rettamozzo. Hoje, às 20 horas. Ocupações. Margit Leisner e Renata Roel apresentam seus trabalhos e debatem. Amanhã, às 20 horas. Cafofo Couve-Flor (R. Almirante Gonçalvez, 1.084 - Rebouças), (41) 3387-8522. Entrada gratuita.

Descoisas, Pré-coisas e, no Máximo, Coisas. Dia 25, às 20h. Adaptação ou Estudo nº 3 para um Plástico Amarelo. Com Elisabete Finger. Dia 26, às 20h. Pelo a Menos no País das Maravilhas. Dia 26, em seguida. Teuni – Teatro Experimental Universitário (Trav. Alfredo Bufren, 140), (41) 3310-2736. Classificação indicativa: 16 anos. R$10 e R$5.

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