
A Biblioteca Nacional é uma entidade com várias funções. Afinal, trata-se de uma fundação que, recentemente, adquiriu ainda mais visibilidade e repercussão, pelas ações desempenhadas por um de seus setores mais ativos, o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP). Instituído por decreto presidencial, em 1992, o SNBP tem por finalidade criar bibliotecas públicas em todo o país.
De 2004 até o momento, a partir de um orçamento total de R$ 90 milhões, o departamento implantou 1.656 bibliotecas e modernizou 640 em todo o Brasil o SNBP criou 44 unidades no Paraná, e viabilizou a modernização de outras 32 no estado. A verba pública ainda fez com que fossem adquiridos e distribuídos 4.290.585 livros e 8.740 computadores.
A coordenadora geral do SNBP, Ilce Cavalcanti, conta que a criação dessas bibliotecas públicas depende de parcerias com os munícipios, que ficam com a responsabilidade da manutenção e administração das unidades. Ilce comemora o fato de que falta implementar bibliotecas em apenas 61 municípios brasileiros, dentre as 5.564 cidades do país.
O registro dos livros
Outro serviço relevante prestado pela FBN é o que diz respeito ao International Standard Book Number (ISBN), aquele número que aparece em meio a um código de barras, geralmente nas contracapas das publicações. O ISBN surgiu em 1967, numa criação de editores ingleses e, desde então, é utilizado por comerciantes e pelas bibliotecas em 1972 foi oficializado como norma mundial.
A partir do ISBN, é possível saber o título do livro, o nome do autor, a editora que o publicou, entre outros dados é o equivalente ao que o RG representa para uma pessoa.
Desde 1978, a FBN é a representante oficial do ISBN no Brasil e, antes de um livro ser impresso, para ter esse código, é necessário fazer o registro no escritório da instituição.
Equilibrista no fio de arame farpado
Muniz Sodré, o presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), afirma que ser ordenador de despesas públicas é algo tão perigoso quanto sobreviver dentro do Complexo do Alemão, cenário de confronto recente da polícia com traficantes de drogas. "É preciso estar atento o tempo todo, porque basta um descuido para você colocar a sua cabeça a prêmio", diz Sodré, referindo-se ao cuidado que ele tem de ter com cada centavo do orçamento federal que está sob sua responsabilidade.
Os R$ 31 milhões que a FBN recebeu recentemente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) serão investidos na construção de uma hemeroteca (biblioteca de jornais, revistas e periódicos) na região do Cais do Porto, no Rio de Janeiro. Parte da verba também vai permitir que sejam feitos reparos na fachada e na parte interna do prédio-sede da BN.
Outros R$ 6 milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia estão destinados para a digitalização de periódicos que estarão na hemeroteca.
Sodré conta que, logo ao acordar, faz ioga. Aos sábados, toca violão e, cotidianamente, pratica, falando ou lendo, os idiomas que domina fluentemente, entre os quais espanhol, francês, alemão, russo, latim, iorubá, árabe e português.
"Sou o equlibrista em um fio de arame farpado", diz, completando que está sendo um imenso desafio estar à frente da FBN.



