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Projetado pelo general Francisco Marcelino de Sousa Aguiar, o prédio-sede da BN é imponente, com estilo eclético, amplos salões, colunas e pé-direito alto | Adriano V. Carneiro/Gazeta do Povo
Projetado pelo general Francisco Marcelino de Sousa Aguiar, o prédio-sede da BN é imponente, com estilo eclético, amplos salões, colunas e pé-direito alto| Foto: Adriano V. Carneiro/Gazeta do Povo

Em tese, tem tudo

Duas leis, a 10.994 e a 12.192, obrigam que toda a publicação produzida no Brasil seja enviada à Biblioteca Nacional. Graças a esse dispositivo, chamado Depósito Legal, a BN é o destino de tudo o que se imprime no país. Mas, dizem alguns funcionários da instituição, nem todas as editoras, em especial as pequenas, encaminham as suas obras.

Garantia de autoria

O Escritório de Direitos Autorais (EDA) recebe o registro de todas obras intelectuais, o que faz com que o autor tenha garantia de que ele é realmente o seu criador.

Digital

A Biblioteca Nacional Digital é um projeto que teve início em 2006. O programa de digitalização vai disponibilizar gradualmente na internet todo o acervo que já se encontra em domínio público. O endereço é: http://bndigital.bn.br.

Proler

O Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler), coordenado pela Fundação Biblioteca Nacional, tem a finalidade de valorizar a leitura e a escrita, e funciona por meio de comitês localizados em todas as regiões do país, a partir de projetos de incentivo à leitura, contação de histórias, mediação de leitura etc.

Debate televisionado

Quarta às Quatro é um projeto que acontece toda quarta-feira, às 16 horas, no Auditório Machado de Assis (R. México, s/nº, Centro), nas dependências da Biblioteca Nacional. O programa, já em quinta temporada, foi concebido e é apresentado pelo jornalista Vitor Iori, e é transmitido ao vivo no link TV PontoCom, do site www.institutoembratel.org.br . Entre as personalidades que já participaram do bate-papo, destaque para a novelista Gloria Perez e o músico Roberto Menescal.

Trajetória do acervo

O acervo trazido de Portugal para o Brasil foi, em um primeiro momento, acomodado numa das salas do Hospital do Convento da Ordem Terceira do Carmo, na Rua Direita, hoje Rua Primeiro de Março. Em 1858, a biblioteca foi instalada em um prédio na Rua do Passeio, onde hoje se encontra a Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O prédio atual teve a sua pedra fundamental lançada em 15 de agosto de 1905 e foi inaugurado cinco anos depois, dia 29 de outubro de 1910.

A Biblioteca Nacional é uma entidade com várias funções. Afinal, trata-se de uma fundação que, recentemente, adquiriu ainda mais visibilidade e repercussão, pelas ações desempenhadas por um de seus setores mais ativos, o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP). Instituído por decreto presidencial, em 1992, o SNBP tem por finalidade criar bibliotecas públicas em todo o país.

De 2004 até o momento, a partir de um orçamento total de R$ 90 milhões, o departamento implantou 1.656 bibliotecas e modernizou 640 em todo o Brasil – o SNBP criou 44 unidades no Paraná, e viabilizou a modernização de outras 32 no estado. A verba pública ainda fez com que fossem adquiridos e distribuídos 4.290.585 livros e 8.740 computadores.

A coordenadora geral do SNBP, Ilce Cavalcanti, conta que a criação dessas bibliotecas pú­­blicas depende de parcerias com os munícipios, que ficam com a responsabilidade da manutenção e administração das unidades. Ilce comemora o fato de que falta implementar bibliotecas em apenas 61 municípios brasileiros, dentre as 5.564 cidades do país.

O registro dos livros

Outro serviço relevante prestado pela FBN é o que diz respeito ao International Standard Book Number (ISBN), aquele número que aparece em meio a um código de barras, geralmente nas contracapas das publicações. O ISBN surgiu em 1967, numa criação de editores ingleses e, desde então, é utilizado por comerciantes e pelas bibliotecas – em 1972 foi oficializado como norma mundial.

A partir do ISBN, é possível sa­­ber o título do livro, o nome do autor, a editora que o publicou, entre outros dados – é o equivalente ao que o RG representa pa­­ra uma pessoa.

Desde 1978, a FBN é a representante oficial do ISBN no Brasil e, antes de um livro ser impresso, para ter esse código, é necessário fazer o registro no escritório da ins­­tituição.

Equilibrista no fio de arame farpado

Muniz Sodré, o presidente da Fun­­dação Biblioteca Nacional (FBN), afirma que ser ordenador de despesas públicas é algo tão perigoso quanto sobreviver dentro do Complexo do Alemão, ce­­n­­ário de confronto recente da polícia com traficantes de drogas. "É preciso estar atento o tempo todo, porque basta um descuido para você colocar a sua cabeça a prêmio", diz Sodré, referindo-se ao cuidado que ele tem de ter com cada centavo do orçamento federal que está sob sua responsabilidade.

Os R$ 31 milhões que a FBN re­­cebeu recentemente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se­­rão investidos na construção de uma hemeroteca (biblioteca de jornais, revistas e periódicos) na região do Cais do Porto, no Rio de Janeiro. Parte da verba também vai permitir que sejam feitos re­­paros na fachada e na parte in­­terna do prédio-sede da BN.

Outros R$ 6 milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia es­­tão destinados para a digitalização de periódicos que estarão na hemeroteca.

Sodré conta que, logo ao acordar, faz ioga. Aos sábados, toca violão e, cotidianamente, pratica, falando ou lendo, os idiomas que domina fluentemente, en­­tre os quais espanhol, francês, ale­­mão, russo, la­­tim, iorubá, árabe e por­­tuguês.

"Sou o equlibrista em um fio de arame farpado", diz, completando que está sendo um imenso desafio estar à frente da FBN.

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