Uma Gal renovada conquista o público no Guairão

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A sonoridade eletrônica ousada das canções de Recanto, trigésimo e mais recente disco de estúdio de Gal Costa, agradou à plateia quase lotada do Guairão na noite de quinta-feira, 16.

Com direção de Caetano Veloso, também responsável pela concepção do álbum, o show da nova turnê, iniciada em abril, traz um repertório igualmente dominado por canções dele, de todas as fases da carreira de Gal.

>>Veja fotos do show da Gal Costa em Curitiba Acompanhada pelo jovem trio Domenico Lancellotti (bateria e MPC), Pedro Baby (guitarra e violão) e Bruno Di Lullo (baixo e violão), a cantora de 66 anos iniciou o show pela década de 70, com uma versão eletrônica para "Da Maior Importância".

Adentrado o território das programações e sintetizadores, Gal e banda emendaram as novas "Tudo Dói" e "Recanto Escuro", em que experimentam com o ritmo entrecortado do dubstep.

A tropicalista "Divino, Maravilhoso" (Caetano e Gi) veio seguida de "Folhetim" (Chico Buarque) e das primeiras (e poucas) palavras de Gal ao público. "É bom estar aqui depois de tanto tempo", disse, antes de apresentar os músicos, que ela chamou de "filhos". Com os agudos em plena potência, a cantora emulou um solo de guitarra com a voz em "Mãe" e fez o Guairão silenciar durante a emocionante "Minha Voz, Minha Vida".

De Recanto, Gal e banda apresentaram ainda o dramático trip-hop "Autotune Autoerótico", a experimental "Cara do Mundo", o electro debochado "Neguinho" e o funk "Miami Maculelê". Deixando a eletrônica de lado, "Dom de Iludir" e "O Amor" trouxeram violões e bossa nova, introdução perfeita para o clássico "Baby", um dos pontos altos da apresentação.

Daí para a frente foram só hits, reconhecidos com mais lentidão devido à roupagem moderna de Recanto. "Vapor Barato" virou trip-hop, com direito a um "momento Guitar Hero" de Pedro Baby. Já "Um Dia de Domingo" (Michael Sullivan e Paulo Massadas), gravada em um dueto com Tim Maia em 1985, foi um tributo bem-humorado ao cantor: em clima de karaokê, Gal cantou a parte de Tim imitando o tom de voz do parceiro.

Para o bis, Gal e banda reservaram a trinca "Mansidão", "Força Estranha" e "Meu Bem, Meu Mal". Estranhando a ausência de pedidos pela canção, a cantora fez questão de encerrar o show com "Modinha para Gabriela", de Dorival Caymmi.

Registros do show da Gal Costa em Curitiba