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Basta ligar o rádio ou a televisão. tanto um quanto outro estão dominados pelas canções da mineira Ana Carolina. Seja em novelas – vide a faixa "Carvão", da trilha sonora de Paraíso Tropical –; em reality shows musicais nos quais nove entre cada dez candidatos tentam imitá-la; ou no topo da lista das músicas mais pedidas por ouvintes de FMs e AMs.

A combinação entre o vozeirão grave, as letras confessionais e o violão de batida forte fizeram de Ana Carolina um dos mais recentes fenômenos da música popular brasileira.

Junto a uma lista de outras cantoras que, aos poucos, vêm compondo um novo cenário de vozes femininas dedicadas às mais diversas vertentes musicais (leia mais no quadro ao lado), Ana Carolina destaca-se pela postura corajosa.

A artista, que se apresenta no Guairão dias 14 e 15 de setembro, diz não temer às pressões do mercado fonográfico. Cede a algumas delas e, ao mesmo tempo, experimenta novas sonoridades em seus discos.

Tal postura pode justificar o desempenho comercial não tão bem-sucedido de Dois Quartos, mais recente álbum da cantora, lançado no ano passado e cuja turnê chega a Curitiba na próxima sexta-feira. Contendo 24 músicas divididas em dois CDs, o sucesso do disco não chegou a perdurar por tanto tempo nas paradas, a exemplo dos anteriores Estampado (2003) e do dueto Ana & Jorge (2005), apesar de ter contribuído para alavancar as vendas de ambos.

Mesmo assim, Ana Carolina vem lotando teatros nas capitais por onde passou até agora com o novo show, fato que, de certa forma, a tranqüiliza e possibilita segurança para exercer sua liberdade artística. "A pressão é grande, sim, mas não dá pra ficar pensando nisso. Eu esqueço facilmente dessas coisas quando pego no violão e sinto a vibração da música dentro do meu ser", explica, em entrevista por e-mail ao Caderno G.

Tal descompromisso pode ser conferido em faixas apontadas pela própria cantora, que concorda com a afirmação de que Dois Quartos é, sem dúvida, o trabalho mais autoral de sua carreira. "Eu queria experimentar! Seria mais fácil lançar um disco só com as canções mais radiofônicas e pronto. Mas meu compromisso é também a experimentação. Por isso incluí a música ‘La Critique’, feita a partir de microcanções gravadas em estúdio e costuradas umas às outras por meio de depoimentos dos usuários de uma casa psiquiátrica no Rio de Janeiro, falando sobre o que é a loucura. Neste álbum fiz também, pela primeira vez, uma música instrumental (‘sen.ti.mentos’), o samba bossa-novista ‘Milhares de Sambas’ e por aí vai ... sou muito inquieta", revela.

Inquietude, aliás, é o que parece mover o processo de composição da mineira, que, dependendo da origem da inspiração (ou falta dela), pode resultar em baladas pop confessionais como "Ruas de Outono", "Aqui", "Claridade", "Eu Não Paro" e "Corredores", presentes no disco duplo – ou desaguar em canções nem tão facilmente digeríveis.

"Eu componho de várias maneiras: 1) com muita inspiração; 2) com sentimentos primitivos e fervorosos; 3) com sentimentos maduros e racionais; 4) fazendo experimentações e sem inspiração; 4) com raiva do sistema; e 5) trocando experiências com parceiros diversos", enumera.

Desaconselhado a menores de 18 anos por meio de um selo colado à capa por conter letras impróprias, Dois Quartos traz a polêmica já associada a Ana Carolina (que declarou a uma revista de circulação nacional ser bissexual) também aos palcos, numa produção caprichada, dirigida por Monique Gardenberg, com iluminação de Maneco Quinderé, coreografia de Deborah Colker e figurinos de Sonia Soares.

Logo no início do show que os curitibanos poderão conferir no Guairão, imagens provocantes de duas mulheres são projetadas em um telão enquanto a cantora interpreta a canção "Eu Comi a Madona", seguida de "Eu Sou Melhor Que Você" (de Moreno Veloso).

"Pessoas só ficaram chocadas em Belo Horizonte, mesmo assim foram pouquíssimasque se assustaram. No Rio, São Paulo, Recife e Fortaleza ninguém se chocou, pelo contrário, riram e se divertiram muito", conta. Mais informações na seção O Que Vem por Aí, do roteiro do Caderno G, na página 7.

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