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Count Basie: sua orquestra não era tão famosa quanto a de Glenn Miller, mas causava sensação onde ia | Divulgação
Count Basie: sua orquestra não era tão famosa quanto a de Glenn Miller, mas causava sensação onde ia| Foto: Divulgação

As informações que acompanham o disco Mastermasse Basel 1956, da Count Basie Orchestra, escritas por Scott Yanow e traduzidas pelo crítico Luiz Orlando Carneiro para a Biscoito Fino, são precisas ao situar a orquestra do pianista Basie (1904-1984) em relação a outras que fizeram fama nas décadas iniciais do século 20.

Basie formou seu grupo em 1936, em Kansas City, anos depois de Fletcher Henderson fundar a primeira "swing band". A formação liderada por Basie não foi o principal nome da chamada Era do Swing, título que cabe a Benny Goodman, e também não foi a mais popular da época – Glenn Miller é imbatível nesse quesito. Faltou Yanow citar a orquestra de Duke Ellington, também mais famosa que a de Basie. Mas isso não importa.

Ouvir o álbum duplo lançado agora no Brasil, numa bela edição da Biscoito Fino, mostra que Basie, a exemplo de todos os líderes de bandas citados neste texto, conseguiu criar uma orquestra com identidade própria.

Parte dessa personalidade se deve ao vocalista Joe Williams, que aparece no segundo disco, assumindo o grupo para cantar meia dúzia de músicas para o delírio do público suíço reunido na Basileia, em setembro de 1956.

Williams assume o palco com "Every Day" depois de os músicos esquentarem a plateia com três composições, incluindo a sensacional "How High the Moon", introduzida pelo piano do maestro Basie, e "Plymouth Rock", com um solo incrível de trompete de Joe Newman.

Falando sobre o piano de Basie, se tiver chance de ouvi-lo um dia sozinho, não perca por nada. Existe uma série de DVDs, chamada Jazz Casual, que compila os programas apresentados pelo crítico Ralph Gleason na tevê pública norte-americana e oferece uma apresentação inesquecível de Basie.

De volta ao espetáculo na Basileia, o disco um começa com a rápida "You for Me", que faz lembrar cenas aceleradas de filmes antigos. Ela só perde em velocidade para a nervosa "Sixteen Men Swingin’".

"Shiny Stockings" mostra o trompetista Thad Jones usando a surdina, num clima de abre-festa. Dá quase para sentir a eletricidade percorrer o público. Na "Eventide", há uma raridade: um solo de saxofone barítono, levado por Charlie Fowlkes. Outra aparece em "Flute Juice": Frank Wess troca o saxofone pela flauta, quando esta ainda era uma novidade no jazz (e em big bands).

Outra faixa que merece ser mencionada é "Yesterdays", que alterna investidas do grupo de metais com o desempenho sedutor do trombonista Henry Coker. GGGG

Serviço:

Mastermasse Basel 1956, de Count Basie Orchestra. Biscoito Fino, preço médio: R$ 34,90.

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