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Mãe, pai e irmã do ator australiano Heath Ledger recebem Oscar póstumo: emoção | Fotos: Reuters
Mãe, pai e irmã do ator australiano Heath Ledger recebem Oscar póstumo: emoção| Foto: Fotos: Reuters

Vencedores

Confira os ganhadores do Oscar 2009:

Filme: Quem Quer Ser um Milionário?

Ator: Sean Penn (Milk – A Voz da Igualdade)

Atriz: Kate Winslet (O Leitor) Diretor: Danny Boyle (Quem Quer Ser um Milionário?)

Ator coadjuvante: Heath Ledger (Batman – O Cavaleiro das Trevas)

Atriz coadjuvante: Penélope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)

Filme estrangeiro: Departures (Japão)

Roteiro original: Milk – A Voz da Igualdade

Roteiro adaptado: Quem Quer Ser um Milionário?

Longa de animação: WALL-E

Figurino: A Duquesa

Curta de animação: La Maison en Petits Cubes

Direção de arte: O Curioso Caso de Benjamin Button

Maquiagem: O Curioso Caso de Benjamin Button

Fotografia: Quem Quer Ser um Milionário?

Curta-metragem: Spielzeugland Documentário: O Equilibrista

Documentário de curta-metragem: Smile Pinki

Efeitos visuais: O Curioso Caso de Benjamin Button

Edição de som: Batman – O Cavaleiro das Trevas

Som: Quem Quer Ser um Milionário?

Edição: Quem Quer Ser um Milionário?

Trilha sonora: Quem Quer Ser um Milionário?

Canção: Quem Quer Ser um Milionário?

  • Kate Winslet, Sean Penn e Penélope Cruz: melhores atriz, ator e atriz coadjuvante

A cerimônia do Oscar mudou – e para melhor. Em uma festa mais compacta, menos extravagante, mas cheia de pequenas e criativas inovações, a produção britânica Quem Quer Ser um Milionário? sagrou-se a grande vencedora na noite do último domingo, no Kodak Theater, em Los Angeles. O longa-metragem de Danny Boyle, rodado inteiramente na India, não apenas confirmou seu anunciado favoritismo. Superou as expectativas. Venceu oito estatuetas: filme, direção, roteiro adaptado, fotografia, edição, som, trilha sonora e canção original (leia quadro com os vencedores nesta página).

Nas categorias de interpretação, a favorita Kate Winslet (O Leitor) confirmou os prognósticos e Sean Penn (Milk – A Voz da Igualdade), que disputava voto a voto o prêmio com Mickey Rourke (de O Lutador), ganhou sua merecida segunda estatueta – a primeira foi por Sobre Meninos e Lobos, de 2004. Tanto Kate quanto Penn fizeram discursos de agradecimento bastante emocionados. Os momentos mais tocantes da noite, no entanto, foram a entrega do troféu póstumo de melhor ator coadjuvante à família do ator australiano Heath Ledger, por seu desempenho como o Coringa de Batman – O Cavaleiro das Trevas e a presença do comediante Jerry Lewis, de 82 anos, homenageado com um prêmio humanitário.

Apesar do fantasma da recessão, esta edição do Oscar foi uma das mais festivas na história recente do prêmio. Parte desse mérito é do ator australiano Hugh Jackman. Mul-titalentoso, o Wolverine da série X-Men mostrou, logo no início da transmissão, que, além de seus dotes dramáticos, também dança e canta muito bem, em um pequeno show com cenários improvisados (sinal da crise?) em que brincava com os principais indicados da noite. Chegou a se sentar no colo de Frank Langella, concorrente a melhor ator, por sua atuação no drama político Frost/Nixon.

Cinco vencedoras do Oscar de melhor atriz coadjuvante apresentaram as indicadas ao prêmio da categoria, iniciando um genial procedimento repetido em todas as categorias de interpretação. A espanhola Penélope Cruz levou a estatueta por seu papel como a artista passional e arrebatada da comédia Vicky Cristina Barcelona, de Woody Allen, cujos filmes já deram vários Oscars a suas estrelas. A madrilenha fez um belo discurso no qual citou Pedro Almodóvar, que a dirigiu em Volver (pelo qual foi indicada ao Oscar pela primeira vez) e com quem acabou de rodar Los Abrazos Rotos, ainda inédito. Também não esqueceu dos cineastas ibéricos Bigas Luna e Fernando Trueba, um dos primeiros a lhe dar um papel no cinema. Penélope amarrou seu agradecimento em espanhol, homenageando sua terra natal.

Roteiros

Reforçando o tom político da noite, merece menção o discurso de agradecimento de Dustin Lance Black, que venceu o Oscar de melhor roteiro original por Milk – A Voz da Igualdade, que reconstitui a vida do político homossexual Harvey Milk, assassinado em 1978. Ex-mórmon, Black aproveitou para pedir que todos aqueles que votaram, em 2008, contra a revogação do direito dos gays e lésbicas ao casamento no estado da Califórnia repensassem suas posições. O inglês Simon Beaufoy venceu a estatueta de melhor roteiro adaptado por Quem Quer Ser um Milionário?.

Jennifer Aniston e Jack Black apresentaram o prêmio de melhor animação, que também foi para um favorito, o excelente Wall-E.

O Curioso Caso de Benjamin Button, filme de David Fincher que concorria em 13 categorias, teve de se contentar com apenas três prêmios técnicos: melhores efeitos visuais, maquiagem e direção de arte. Todos merecidos, assim como a estatueta de figurino, vencida pelo drama de época A Duquesa.

Humor

Se a emoção transbordou em vários momentos na festa do Oscar, o humor também marcou presença. Natalie Portman e Ben Stiller fizeram – ao contrário do que parecia ser o estilo da cerimônia – uma longa e hilariante apresentação do Oscar de melhor fotografia, que foi para Anthony Dod Mantle, por seu espetacular trabalho em Quem Quer Ser um Milionário?. Stiller imitou o ator Joaquin Phoenix (de Johnny e June), que afirma ter desistido de ser ator para se tornar rapper. Recentemente, Phoenix apareceu no programa de entrevistas Late Show com David Letterman, parecendo (ou talvez fingindo) estar sob efeito de drogas.

Surpresa

Foi confirmado o favoritismo do documentário O Equilibrista, filme sobre a façanha do francês Philippe Petit, que atravessou o vão entre as Torres Gêmeas, em Nova Iorque, muito antes do atentado de 2001. O próprio Petit foi receber o prêmio com os diretores e protagonizou uma das cenas insólitas da noite, ao equilibrar o troféu dourado no queixo.

Grande surpresa mesmo foi o longa japonês Departures ter vencido o Oscar de melhor filme estrangeiro, batendo os favoritos Valsa com Bashir, animação documental de Israel, vencedora do Globo de Ouro, e Entre as Quatro Paredes da Escola, Palma de Ouro no último Festival de Cannes.

Ator e atriz

Kate Winslet, que ganhou o Oscar de melhor atriz por seu papel em O Leitor, foi tão eloquente e expressiva quanto nos discursos do Globo de Ouro, quando ela levou para casa dois troféus. No mesmo esquema de cinco ex-vencedores apresentando os prêmios de interpretação, Winslet recebeu o prêmio das mãos da francesa Marion Cotillard, vencedora do ano passado por Piaf – Hino ao Amor. A estrela inglesa não deixou de brincar com Meryl Streep, indicada por sua atuação em Dúvida, a 15ª de sua carreira. "Desculpe, Meryl, você vai ter que engolir isso!", disse ela.

Sean Penn, que ficou com o Oscar de melhor ator por sua brilhante recriação de Harvey Milk em Milk – A Voz da Igualdade, fez um discurso de agradecimento em que fez questão, como de hábito, de mandar recados politizados. Repetindo a mensagem preferida pelo roteirista de seu filme, Penn dirigiu-se aos californianos que votaram contra o casamento gay nos últimos referendos. "Envergonhem-se", disparou. Disse, ainda, estar orgulhoso do país que elege um homem "elegante" como Barack Obama para presidente. Penn também não esqueceu de homenagear a volta por cima de Mickey Rourke, indicado por O Lutador e que era apontado como seu maior rival. "Ele é meu amigo querido!"

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