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O elenco do Grupo Delírio em cena da montagem Metaformose Leminski: polifonia e experimentalismo | Chico Nogueira/Divulgação
O elenco do Grupo Delírio em cena da montagem Metaformose Leminski: polifonia e experimentalismo| Foto: Chico Nogueira/Divulgação

A obra de Paulo Leminski (1944-1989) sobrevive à passagem do tempo e serve como ponto de partida para inúmeros projetos, da música ao cinema, o que inclui estudos acadêmicos e, em tempos recentes, adaptações para o teatro. Vida, uma das peças mais festejadas do Festival de Curitiba deste ano, é fruto da imersão que a Companhia Brasileira de Teatro fez no imaginário do autor curitibano. Agora, outro projeto chega ao palco: Metaformose Leminski: Reflexões de Um Herói Que Não Quer Virar Pedra (veja o serviço completo da peça)

Este projeto nasceu por acaso, quando o dramaturgo Edson Bueno foi convidado para fazer uma leitura pública de uma obra de Leminski. Aos poucos, mas de maneira consistente, Bueno passou a reler textos que o autor curitibano produziu. Quando o diretor de teatro reencontrou o ensaio Metaformose – Uma Viagem pelo Imaginário Grego, quase fez sol na noite curitibana: começava a ser esboçada uma nova proposta, que agora pode ser conferida no palco do Guairinha.

Em cena, Diego Marchioro, Guilherme Fernandes, Marcel Gritten, Marcia Maggi, Martina Gallarza e Tiago Luz interpretam o texto de Leminski e, de um segundo para o outro, deixam de ser atores e declamam textos que dizem respeito a eles mesmos, enquanto pessoas que são, e ainda dão voz à dramaturgia inédita de Edson Bueno.

Diego Marchioro, ator e produtor do Grupo Delírio Cia. de Teatro, define Metaformose como um sarau que aproxima o elenco do público. A duração do espetáculo, que é flutuante, e varia de 70 a 90 minutos, diz muito sobre a proposta. "Trata-se de uma obra aberta. Há espaço para improviso. Procuramos nos aproximar da plateia. No fundo, colocamos em evidência o pensamento de Le­­­minski", diz Marchioro.

Marchioro conta que a peça tende a ter muitas interpretações, uma vez que cada pessoa, na plateia, pode vir a ser tocada por um diferente mito. "Mas, apesar de tratarmos das questões que sustentam a cultura ocidental, que são os mitos gregos, a peça tem muito a ver com a cidade de Curitiba", afirma. Há referências diretas à realidade local, e também menções indiretas, traduzidas, por exemplo, por meio de canções da banda Blindagem, que são cantadas no palco.

Metaformose foi contemplada com o Prêmio Myriam Muniz, da Funarte, e em novembro estará em cartaz em São Paulo, durante três semanas. Em Curitiba, estreou na última quarta-feira (15) com casa cheia e promessa de temporada bem-sucedida.

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