Uma São Paulo em preto e branco

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O empresário Gaspar Gasparian (1899–1966) começou a fotografar, como um hobby, a São Paulo dos anos 1940 e 1950. Sem querer, tornou-se um ícone da fotografia modernista. Uma exposição em sua homenagem, Gaspar Gasparian – Um Fotógrafo com cerca de 140 imagens, inaugura amanhã no Museu Oscar Niemeyer (MON), às 11 horas, com entrada franca. A mesma mostra já esteve, no ano passado, na Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Os jogos de luz e granulados nas fotografias, todas em preto e branco, fizeram com que a sua imagem seja semelhante a uma obra de arte, explica o curador da exposição e também do setor de fotografia da Pinacoteca, Diógenes Moura. "Todas as fotografias são da época, um período apaixonante. Gaspar trabalhava com laboratórios que obedeciam às indicações e ao olhar dele, além de estar sempre ligado com as tendências mundiais da fotografia. É uma exposição sofisticada", destaca.

Ainda segundo o curador, a exposição possibilita refletir sobre o modo de fotografar na atualidade, facilitado por câmeras e aparelhos eletrônicos. "Hoje há um ex­­­cesso de informação e de equipamentos. A pergunta que isso gera é: será que sabemos fotografar? As imagens de Gaspar acrescentam mais uma interrogação."

Trajetória

Gaspar Gasparian começou a fotografar em 1940. Teve participação importante no Foto Clube Bandeirante e na Escola Paulista. Formou o Clube dos Seis com outros cinco fotógrafos, que se dedicaram a retratar São Paulo nos domingos de manhã.