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Autorretrato do artista: imagem será usada em um selo dos Correios | Reprodução
Autorretrato do artista: imagem será usada em um selo dos Correios| Foto: Reprodução

Semana Andersen

Saiba mais sobre a programação em homenagem ao artista, que acontece de hoje até sexta-feira.

Solenidades

As comemorações têm início hoje, às 11 horas, na Praça Alfredo Andersen, na Rua Augusto Stellfeld esquina com a Rua Capitão Souza Franco, no Bigorrilho. Trinta parentes do pintor, vindos da Noruega, bem como autoridades, descerram uma placa comemorativa aos 150 anos de nascimento do artista. Às 19 horas, no Museu Alfredo Andersen (R. Mateus Leme, 336), (41) 3222-8262, lançamento de selo e carimbo comemorativos, além de um catálogo com 500 trabalhos de Andersen, e abertura de duas exposições.

Surpresas

No dia 4 (amanhã), às 11h30, abertura de uma cápsula, com documentos a respeito do pintor, enterrada há duas décadas no prédio do Museu Alfredo Andersen. Às 16 horas, seminário a respeito da vida e obra do artista no Auditório Brasílio Itiberê (R. Cruz Machado, 138). Às 19 horas, abertura da exposição A Curitiba de Alfredo Andersen, no quarto piso do Paço da Liberdade SESC Paraná (Pça Generoso Marques, s/nº).

Litorâneo

Na sexta-feira (5), abertura da exposição Alfredo Andersen 150 anos e os Tesouros de Paranaguá, na Casa de Cultura Monsenhor Celso (R. Conselheiro Sinimbú, 23), em Paranaguá.

Há exatos 150 anos nascia, em Christianssand, na Noruega, aquele que viria a ser chamado de "o pai da pintura paranaense". Alfredo Andersen visitou o Brasil no final do século 19 e, em 1892, fixou residência em Paranaguá.

Durante uma década, fez retratos de muitos habitantes da cidade e incorporou as paisagens litorâneas em seus quadros. Uma década depois, já casado, ele subiria a Serra do Mar para habitar e fazer história em Curitiba.

Andersen (1860-1935) é o pai da pintura paranaense, explica o crítico de arte Fernando Bini, pelo fato de ter sido o primeiro pintor a formar um grupo de discípulos. Nomes relevantes da artes plásticas locais passaram pelo ateliê do mestre, entre os quais Theodoro De Bona (1904-1990), Maria Amélia D’Assum­­p­ção (1883-1955) e Frederico Lange de Morretes (1892-1954).

Para comemorar a data, o sesquicentenário do nascimento de Andersen, a Secretaria de Estado da Cultura preparou uma programação que começa hoje e vai até sexta-feira (5), e inclui lançamento de selo pelos Correios e exposições (confira quadro nesta página).

Roseli Fischer Bassler, diretora do Museu Alfredo Andersen, observa que o pintor foi um sujeito permanentemente irrequieto e culto, que poderia ter permanecido na Europa, mas optou por viver no Paraná. "E aqui viabilizou um ambiente criativo", diz Roseli.

Após a morte do pintor, em 1935, alguns de seus amigos começaram a articular um movimento para manter viva a memória de Andersen. Em 1959, foi inau­­­­gurada a Casa de Alfredo Andersen – Escola e Museu de Arte, no local onde ele viveu e lecionou, na Rua Mateus Leme. Vinte anos depois, a instituição passou a ser denominada Museu Alfredo Andersen.

A secretária de estado da Cultura, Vera Mussi, conta que os cursos, que Andersen promovia quando vivo, jamais deixaram de ser oferecidos pelo museu homônimo e centenas de pessoas participam das atividades educativas todo semestre.

Wilson Andersen Ballão, bisneto de Andersen, lembra que, neste momento, além das atividades que estão sendo organizadas pela Secretaria da Cultura, há uma outra exposição, Da Noruega para o Brasil, a Trajetória do Pai da Pintura, em cartaz no Museu Oscar Nie­­meyer (R. Marechal Hermes, 999), com 120 trabalhos do artista.

Ballão, o curador da mostra, conta que há quadros relevantes, como o que o bisavô pintou, em 1904, das Sete Quedas, conjunto de quedas d’água que desapareceu com a formação do lago da Usina de Itaipu.

"No MON, o visitante tem a oportunidade de conhecer a passagem de Andersen pelo mundo, a partir de imagens do local onde ele nasceu até a sua chegada em Paranaguá, e o tempo posterior em Curitiba", afirma Ballão.

Paixão

O bisneto conta que Andersen demorou uma década para subir a Serra porque estava apaixonado pela parnanguara Anna de Oliveira (1882-1945), com quem casaria. "Ele se encantou pela minha bisavó, e teve de esperar (ela crescer)", comenta Ballão.

Na década de 1930, pouco antes de morrer, Andersen recebeu o título de Cidadão Honorário de Curitiba. Deixou de assinar Alfred para usar Alfredo. Sentia-se mais que brasileiro: era paranaense.

"Ele assimilou conhecimentos do tempo em que esteve inserido e, uma vez no Brasil, como todos os pintores que por aqui passaram, se deixou arrebatar pela luz e pelas cores locais, que iriam se refletir em sua obra", finaliza Bini.

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