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Lily Allen: novo disco da cantora está há duas semanas no topo da parada britânica | Divulgação/EMI
Lily Allen: novo disco da cantora está há duas semanas no topo da parada britânica| Foto: Divulgação/EMI

Há pelo menos dois anos e meio, a cantora inglesa Lily Allen, 23 anos, é uma das vítimas preferidas dos paparazzi ingleses. Basta abrir qualquer um dos tabloides distribuídos gratuitamente nas entradas das estações de metrô londrinas para dar de cara com ela: fazendo topless na Riviera Francesa; sendo carregada por um segurança após tomar todas; de cabelo platinado, passeando com o cachorro; de cabelo cor-de-rosa, saindo de uma boate; ou beijando um homem mais velho (seu atual namorado, Jay Joplin, de 45 anos) em St. Barts.

Mesmo alimentando as polêmicas que a cercam – Lily volta e meia declara publicamente seu ódio a outras novas celebridades como Peaches Geldof (filha do ativista Bob Geldof) ou Katy Perry (voz do hit "I Kissed a Girl") – a desbocada inglesa parece estar cansada de tanta exposição. Tanto que, pouco antes do lançamento de It’s Not Me, It’s You, seu segundo álbum de estúdio, lançado ontem (no Brasil, o disco só chega às lojas na próxima segunda-feira), Lily afirmou "não gostar de ser uma pop star e não achar que sua música é tão boa assim", além de ter revelado planos de abandonar a música para tornar-se dona de uma confeitaria.

Mas, enquanto não troca os palcos pelos fornos e batedeiras, Lily aproveita as 12 canções de seu novo disco para refletir sobre sua condição de jovem celebridade e a superficialidade que domina o universo no qual foi inserida após o estrondoso sucesso de seu debut, Alright, Still (2006). E é justamente este o tema da contagiante "The Fear", primeira música de trabalho do novo disco, topo da parada britânica UK Charts há duas semanas. "Não sei mais o que é certo e o que é real/ Não sei mais como eu deveria me sentir", ela lamenta no refrão da canção, em que revela ter plena consciência do vazio existencial em que se meteu, despertando até uma certa simpatia no ouvinte.

Sua vida pessoal, aliás, continua sendo o mote de grande parte das composições do novo trabalho. Com o sarcasmo que lhe é peculiar, ela escancara a ejaculação precoce de um namorado (prestes a se tornar ex) em "Not Fair"; chora o fim de um relacionamento na meiga "I Could Say"; dispensa um ex com toques de crueldade em "Never Gonna Happen"; fala sobre uma amizade que vira amor na balada "Who’d Have Known"; e deseja apenas um namorado com quem possa dividir comida chinesa à noite em "Chinese".

Uma pena não darem certo suas tentativas de escapar do próprio umbigo. Soa infantiloide sua crítica ao governo Bush em "Fuck You" e um tanto quanto conservador o alerta antidrogas presente na faixa de abertura "Everyone’s at It". Ao falar de Deus, no entanto, Lily se supera na faixa "Him", ao rimar "suicidal" (suicida) com "Creedence Cleanwater Revival" (banda autora do sucesso "Have You Ever Seen the Rain?"). GGG1/2

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