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V: carioca Morena Baccarin (terceira da dir. à esq.) interpreta a rainha Anna, no seriado de ficção científica | Divulgação
V: carioca Morena Baccarin (terceira da dir. à esq.) interpreta a rainha Anna, no seriado de ficção científica| Foto: Divulgação

O seriado V, exibido pelo Warner Channel todas as terças-feiras, às 22 horas, poderia, dizem alguns, ser lido de pelo menos duas maneiras: como produção de ficção científica sobre uma invasão alienígena ou uma alegoria política bastante crítica sobre a era Obama.

Remake de V – A Batalha Final, popular minissérie exibida em 1983, o seriado repete o enredo original, o atualizando. A bordo de gigantescas espaçonaves, extraterrestres chegam à Terra, inclusive ao Brasil. Os "Visitantes" (daí o "V" do título) têm aparência humana e se apresentam cheios de boas intenções. A verdade, no entanto, é outra: eles pretendem colonizar o planeta. Querem nossos recursos naturais, sobretudo a água e minerais. Por trás da aparência humana, uma espécie de pele sintética perfeita, escondem-se répteis que lembram lagartos. A trama se desenvolve a partir da revelação do interesse verdadeiro dos invasores e da consequente resistência dos humanos.

A série estreou em novembro na rede norte-americana ABC. Entre os protagonistas, está a carioca Morena Baccarin, que interpreta a rainha Anna, líder dos "visitantes". Filha da atriz Vera Setta, nome conhecido no teatro do Rio de Janeiro, a estrela brasileira, aos 30 anos, se sai extremamente bem no papel. Sua beleza clássica, de traços delicados porém incomuns, reforçam o caráter maquiavélico da personagem, cujo comportamento se parece ao de uma abelha-rainha. Também se destaca no elenco Elizabeth Mitchell (que viveu o papel da médica Juliet na série Lost). Ela vive uma investigadora linha-dura do FBI que ingressa na Quinta Coluna, grupo de resistência à invasão. Seu filho adolescente, Tyler (Logan Huffman), é seduzido pela filha de Anna e passa a integrar um grupo de embaixadores jovens que defendem a aproximação entre os terráqueos e os visitantes.

Enquanto ficção científica, V funciona bem e consegue prender a atenção por conta da trama envolvente, dos efeitos especiais e da direção de arte eficientes, sem falar do elenco bastante afinado. Não chega aos pés de Battlestar Gallactica, melhor série do gênero da última década, mas tem qualidades para permanecer no ar. Já a tese de que seria uma alegoria política, defendida por alguns críticos americanos, é questionável.

Os extraterrestres, segundo eles, representariam o governo Obama, liberal, endossado pela população e aparentemente disposto a devolver a paz ao mundo. Mas tudo isso não passaria de uma estratégia discursiva e as ações dos alienígenas seriam pouco melhores do que as da administração Bush, sobretudo no âmbito da política externa. Parece ser uma teoria saída da cabeça de um pensador republicano que talvez tenha ido longe demais em sua interpretação do seriado.

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