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Obra, que estreou em 1999 com produção precária, volta ao palco em melhores condições, sob direção de Flávio Stein e Daniel Bortholossi | Hedeson Alves / Gazeta do Povo
Obra, que estreou em 1999 com produção precária, volta ao palco em melhores condições, sob direção de Flávio Stein e Daniel Bortholossi| Foto: Hedeson Alves / Gazeta do Povo

Um programa diferente e essencialmente curitibano acontece neste fim de semana. Já que poucas são as óperas encenadas na cidade – menos ainda as que têm em nomes locais seus protagonistas –, Sarapalha, obra de Harry Crowl, torna-se uma opção rara. A montagem estará em cartaz sexta (16) e sábado (17), às 20 horas, na Capela Santa Maria (confira o serviço completo).

Mineiro radicado em Curitiba há 16 anos, Crowl se inspirou no conto "Sarapalha", um dos nove que compõem o livro Sagarana, de Guimarães Rosa. "Tive um contato grande com esse universo, que parte de um regionalismo para uma linguagem universal", diz o compositor. Os recursos para a mon­­tagem vieram do Fundo Mu­­nicipal de Cultura, através do programa Ópera Ilustrada, da Fun­­dação Cultural de Curitiba.

O conto se passa no interior de Minas Gerais e lida com situações-limite, como a solidão e a doença, tendo o amor dos irmãos Ribeiro e Argemiro por Luíza como mote principal.

Escrita em meados da década de 1990, a ópera estreou em 1999 na Sala Brasílio Itiberê, em Curi­­tiba. Mas, se antes foi "com produção precária", agora é diferente.

A montagem tem como diretores Flávio Stein (teatral) e Daniel Bortholossi (musical). No elenco estão os cantores Lenine Santos, Bruno Spadoni e Silmara Campos – assim como eles, a maioria dos músicos, se não é de Curitiba, está radicada aqui.

"Com a música pudemos enriquecer bastante o texto. Trabalhei em alguns pontos específicos, coincidindo de forma precisa a acentuação tônica das palavras com os tempos fortes na música", explica o maestro.

Outra característica da montagem é a utilização de instrumentos pouco usuais em ópera, como acordeão, violão, oboé, viola e percussão. "O violão é muito brasileiro, como o conto. O oboé tem um som áspero interessante e remete à desolação do cerrado mineiro. A viola se adapta fácil e a percussão faz a liga de tudo isso", explica Crowl.

Para este ano, está prevista outra montagem de Sarapalha em Vitória, no Espírito Santo.

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