• Carregando...
Garrincha, Bellini e Pelé: ilustração resgata triunfo dos brasileiros sobre os “científicos” soviéticos. Na Copa de 1958, 2 a 0 para a seleção canarinho | Reprodução
Garrincha, Bellini e Pelé: ilustração resgata triunfo dos brasileiros sobre os “científicos” soviéticos. Na Copa de 1958, 2 a 0 para a seleção canarinho| Foto: Reprodução

Certamente você se lembra da cabeçada que o careca francês Zidane deu no zagueiro italiano Materazzi, na final da Copa do Mundo de 2006. Já os quarentões não devem esquecer a imagem do gol de mão que Maradona fez contra a Inglaterra, em 1986. "Foi a mão de Deus", disse na época o camisa 10 argentino. Apesar de permanecer no imaginário coletivo e de se perpetuar de geração em geração, é difícil, hoje, encontrar alguém que tenha sentido na pele o que quase 200 mil pessoas viveram na final da Copa de 1950, quando o uruguaio Gigghia marcou o gol da virada do time celeste sobre o Brasil, calando um Ma­­racanã inteiro.

Cenas como essas, difíceis de serem esquecidas por quem gosta de futebol e está contando os dias para o início da Copa do Mundo de 2010 (calma, ela começa amanhã), poderão ser relembradas a partir de hoje na exposição Jogo de Copas, cujos painéis, ilustrações e esculturas ocupam a Subsolo Galeria de Arte Contemporânea até o dia 12 de julho.

Os artistas convocados foram dez: Bruno Damasceno, Daniel Klein, Felipe Grosso, Gustavo Aguiar, Lorenzo Andreola, Paulo Biacchi, Pedro Gonzalez, Rafinha Agos­­tinho, Roberto Jones e Juliano Lamb formam, desde 2009, o coletivo Relacionados. São todos designers. Mas também apreciadores e praticantes do esporte bretão – os artistas jogam sua pelada aos sábados, religiosamente.

"Pensamos em retratar jogos históricos de diversas Copas. Cada um escolheu o seu jogo e o recriou utilizando diversos suportes, mídias e materiais", explica Rafinha Agostinho.

O escolhido de Rafinha, 30 anos, foi o jogo entre Argentina e Inglaterra, pelas quartas-de-final da Copa de 1986, disputada na terra dos hermanos. Os dois gols que Maradona marcou estão reescritos na exposição. Além do primeiro, o gol "divino", a partida ficou marcada pelo lance espetacular em que o craque argentino sai de sua defesa, dribla seis adversários e quase entra com bola e tudo na meta do goleiro Peter Shilton. Se o primeiro foi com a mão de Deus, o segundo foi com o pé do capeta. O jogo terminou dois a um para a Argentina.

"Minha linha de raciocínio foi pegar um lance que possibilitasse um trabalho visual. Usei madeira, tinta e também material eletrônico", conta Rafinha. Este é outro detalhe da exposição.

Quem for conferi-la, poderá de certa forma interagir com as obras ao ouvir narrações originais dos lances retratados. "Achamos os áudios no YouTube e em outros sites. É o momento vivo da partida", diz o artista. Também há obras em forma de escultura (caso da cabeçada de Zidane, recriada por Paulo Biacchi), e outras com maior apuro estético, como a que retrata a tristeza depois da final da Copa de 1950: em grandes painéis, Juliano Lamb recriou o sentimento por meio de comentários e imagens tipográficas da época.

Entre as outras partidas retratadas, estão o jogo do Brasil contra a União Soviética, pela última fase da fase classificatória da Copa de 1958, na Suécia. O esquadrão soviético era temido, e conhecido pelo "jogo científico" que empunha a seus adversários. Com a ajuda de Garrincha, Bellini e Pelé (retratados na imagem de Daniel Klein que ilustra esta página), o Brasil venceu por 2 a 0, dois gols de Vavá. A final de 1970 (Brasil 4 x 2 Itália) também foi registrada artisticamente pelo coletivo.

Serviço: Jogo de Copas. Subsolo Galeria de Arte Contemporânea (Av. Iguaçu, 2.481), Fone: (41) 3019-8701. Abertura dia 10, às 19 horas. 3ª a 6ª, das 14 às 21 horas; e sábado, das 11 às 18 horas. Até 12 de julho. Entrada franca.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]