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Dexter Holland (guitarra e vocal), Pete Parada (bateria), Greg K (baixo e backing vocal) e Noodles (guitarra e backing vocal); membros da banda Offspring | Divulgação
Dexter Holland (guitarra e vocal), Pete Parada (bateria), Greg K (baixo e backing vocal) e Noodles (guitarra e backing vocal); membros da banda Offspring| Foto: Divulgação

Assista ao mais recente videoclipe da banda, "You´re Gonna Go Far, Kid"

Assista ao vídeo da música "Pretty Fly (For A White Guy"

Assista ao vídeo da música "Self Esteem"

  • Offspring durante show em Tóquio, no Japão
  • Offspring durante show em Tóquio, no Japão

Bandas consideradas do gênero emocore ficam isoladas em um patamar diferente de outras bandas de rock. Em entrevista à Gazeta do Povo, por telefone, o guitarrista do Offspring, Noodles, admitiu ver este novo ramo - em ascensão nos últimos anos - com bons olhos. "Eles stão levando o punk rock em direções diferentes. Acho que não é a mesma coisa, mas acredito que isso seja bom", disse Noodles, que coloca ainda o Panic at the Disco como uma de suas bandas favoritas.

"É uma ótima banda", completou ele, que chega ao Brasil ao lado dos outros três membros do Offspring para uma curta temporada de shows no País. Em Curitiba, a apresentação é no dia 12 de novembro no Curitiba Master Hall.

Veterano na cena musical, Noodles não define o Offspring como a banda que lançou o álbum independente de maior sucesso na história ("Smash", de 1994), tampouco como o grupo que deu voz a divertida "Pretty Fly (For a White Guy)" (do álbum "Americana", de 1998). "É tudo Offspring. Nós nunca tivemos medo de quebrar as regras", explicou.

Ele garantiu que as músicas de todas estas fases ainda integram o repertório da banda, e a preocupação é apenas em não misturar demais. "Nós queremos estar dinâmicos e não esquizofrênicos", contou aos risos.

Após cinco anos, o grupo retornou aos holofotes com o lançamento de "Rise and Fall, Rage and Grace", que chegou às lojas neste ano. O álbum é o carro-chefe da turnê brasileira, que começa nesta terça-feira (4) em Porto Alegre. Sobre o novo álbum, Noodles repercutiu críticas publicadas na imprensa nacional e internacional, que afirmaram que o som mais recente do Offspring não traz nada novo, e atinge aos jovens de hoje e não àqueles que eram fãs da banda nos anos 90.

"Soa um pouco contraditório para mim. Nós não estamos fazendo nada novo, mas é atraente aos ‘novos’ jovens?", disse ele, aos risos. No entanto, Noodles admitiu que existe "um pouco de verdade" na questão. "Em vários pontos, a estrutura do som soa bem simples e direta, e isso lembra muito 'Smash'", completou.

A turnê brasileira do grupo passa ainda pelo Rio de Janeiro (6), São Paulo (8), Belo Horizonte (9), e termina em Fortaleza (15).

Confira a íntegra da entrevista:

Algumas críticas publicadas na imprensa nacional e internacional apontam o mais recente CD da banda, "Rise and Fall, Rage and Grace", é feito para adolescentes, mas adolescentes de hoje, e não aqueles que eram fãs da banda nos anos 90. Você concorda?

Soa um pouco contraditório para mim. Nós não estamos fazendo nada novo, mas é atraente para os "novos jovens" (risos)? Nós não ouvimos muito às resenhas e críticas, nós vamos diretamente aos fãs e ao que eles têm a dizer sobre isso. São eles que nos inspiram a fazer música. No entanto, acredito que exista um pouco de verdade nisso. Em vários pontos, a estrutura do som soa bem simples e direta. Isso lembra muito "Smash". Nós nunca tentamos nos tornar uma banda de rock progressivo, mas tentamos misturar um pouco.

Em seu ponto de vista, quais são as principais diferenças entre o novo CD da banda e os anteriores?

A grande diferença é que este é um álbum muito sério. Todas as músicas tratam das dificuldades dos indivíduos e é muito sério. Não é algo que planejamos fazer, mas quando começamos a colocar todas estas músicas juntas elas realmente pareceram trabalhar bem e é possível reconhecer esta seriedade. Acredito que o mundo hoje é mais sério do que era nos anos 90.

A banda demorou cinco anos para fazer este álbum. Foi o hiato mais longo que já tiveram ao longo da carreira. Por que foi necessário todo este tempo? Você acredita que é o melhor álbum que já fizeram?

Sim, eu acredito que é o melhor que já fizemos. É algo no que trabalhamos por muito tempo. Tem tanta coisa acontecendo na cena musical hoje em dia, existem ótimas bandas novas. Kaiser Chiefs, My Chemical Romance, Fall Out Boy. Uma das minhas favoritas é o Panic at the Disco. É uma ótima banda. Eles estão levando o punk rock em direções diferentes, não acho que é a mesma coisa, mas acredito que isso seja bom. Eu amo System of a Down. E aí você tem outras velhas bandas saindo com novos projetos. Metallica voltou muito forte e eles têm um ótimo álbum de inéditas. Até o Guns ‘N Roses estão finalmente lançando o "Chinese Democracy (risos). Existe muita música boa acontecendo. E tem muito rock, o rock parece estar voltando muito forte. Nós só queríamos fazer o melhor álbum que podíamos para competir com tudo isso e também com a Internet. A Internet mudou muito a cena musical. Primeiramente para melhor, mas tem custado muitos de nós bastante dinheiro.

Uma das principais mudanças do Offspring foi o lançamento de "Americana", que trouxe um som pouco mais comercial em relação aos álbuns anteriores. Como você definiria o Offspring de hoje? Vocês ainda são a banda que tocava "Pretty Fly" ou é mais próximo do que era feito nos primeiros álbuns, como "Gotta Get Away"?

É tudo Offspring. Nós nunca tivemos medo de quebrar as regras. Nós fazemos músicas rápidas e pesadas e tocamos muito nos shows, como "Bad Habit", "Head Around You", que é bem agressiva. E até mesmo "Americana", que é uma música bem pesada. Nós ainda as tocamos todas as noites, ao mesmo tempo em que tocamos "Pretty Fly", "Self Esteem" e "Why Don’t You Get a Job". Nós tocamos tudo isso. Tentamos trabalhar isso no repertório para que não soe esquizofrênico (risos). Nós queremos estar dinâmicos e não esquizofrênicos (risos).

Em 1999, quando as grandes gravadoras tentavam derrubar o Napster, "Pretty Fly" foi a música mais baixada na Internet, e também a mais pirateada. Mesmo assim, o álbum seguinte, "Americana", foi muito bem-sucedido comercialmente. Nesta época, vocês já pensavam que distribuir uma música de graça na Internet poderia ajudar a vender e promover um CD?

Nós acreditávamos nisso antigamente e continuamos acreditando hoje em dia. Nosso primeiro single do novo álbum, "Hammerhead", estava disponível gratuitamente na Internet. Você pode só criticar e chorar sobre o que a Internet traz de ruim ou você pode subir neste cavalo e levá-lo para uma volta e ver até onde vai. Se você só reclamar, não vai chegar a lugar nenhum. Nós estamos empolgados com a Internet, é uma ótima forma de manter contato com os fãs.

Você acredita que os fãs que acompanharam o início do Offspring ainda os acompanham até hoje? Ou vocês conseguiram atingir um novo público?

Eu acho que em alguns pontos são os mesmos fãs, mas tenho certeza que perdemos vários ao longo do caminho e conseguimos novos. Eu espero. Eu ouço bastante que alguns fãs que ouviam "Smash", hoje trazem os seus filhos para os shows.

Um dos principais motivos que ajudaram "Pretty Fly" a se tornar um hit foi por conta do videoclipe da música. O ator é hilário. Você acredita que videoclipes ainda são importantes, já que a MTV praticamente não abre espaço para eles em sua programação?

Eu acho que os únicos lugares que eu ainda vejo videoclipes são em outras partes do mundo. Nós não vemos muito nos Estados Unidos. A minha filha ainda os encontra. Assisto um pouco com ela. Mas não vejo muito a não ser que eu esteja na estrada. Se eu estou em um país em que eu não entendo a língua, eu posso ao menos entender os videoclipes. Nós ainda fazemos videoclipes. Acredito que eles ainda sejam importantes, mas não acho que eles não são mais capazes de levar uma banda ao topo ou quebrá-la como era antigamente.

O seu segundo álbum, "Smash", vendeu 11 milhões de cópias em todo mundo e foi um fenômeno. Você acha que o álbum faria sucesso hoje?

Eu estava até conversando sobre isso. Músicas de "Smash" e "Americana" ainda soam novas hoje em dia. "Americana" saiu há dez anos e "Smash" há 14. Esses álbuns foram lançamos no momento certo, mas a música ainda se destaca. Ainda escuto estas músicas no rádio, e ainda tocamos ao vivo.

O Offspring fez uma brincadeira há alguns anos atrás. Disse que iria chamar o novo álbum da banda de "Chinese Democracy", e roubaria o nome do aguardado CD do Guns ‘N Roses. Agora, o álbum será finalmente lançado. Você já ouviu alguma coisa e acha que será tão bom quanto à expectativa?

Eu não sei. Eu ouvi uma música e achei "ok", e acho que não será o mesmo que "Sweet Child O’Mine", por exemplo, não é uma música tão boa quanto essa. Mas fico feliz em ver que será finalmente lançado.

Muitas bandas que fez sucesso nos anos 80 e 90 e continuam fazendo música até hoje mudaram muito o line-up ao longo dos anos. O Offspring manteve 3 de seus 4 membros originais até esta turnê mais recente. Foi difícil a convivência ao longo dos anos? O que você vê de positivo e negativo nesta questão?

Eu acho que quando você está junto por tanto tempo, as pessoas crescem em direções diferentes. Acredito que foi isso que aconteceu com Ron Welty quando ele deixou a banda em 2003. Greg e Dexter, e até mesmo o Ron, considero todos meus irmãos. Com Greg e eu concordamos muito com relação a que tipo de música nós queremos tocar, e amamos fazer isso. Como em qualquer família, nós nos batemos, mas também sempre estamos aí para ajudar uns aos outros (risos).

Você começou quando tinha por volta dos 20 anos, e agora todos os membros da banda estão por volta dos 40. A idade deixou alguma coisa mais difícil ou mais fácil?

As ressacas são bem mais difíceis (risos). Nós ainda amamos isso. É o que eu sei. É muito bom espalhar suas novas músicas e ver como elas funcionam com o público. Estamos passando uma ótima fase nesta turnê. Fazer o álbum foi ótimo também. Pode demorar um tempo, mas quando você grava algo e vê que está fazendo algo bom e ninguém ouviu ainda você pensa, "uau. Isso é empolgante".

Você planeja se aposentar em alguma data próxima?

Não faço idéia. Eu olho para o Iggy Pop, que ainda está tocando muito, e este tipo de música ainda me dá esperança. Mas não faço idéia (risos).

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