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Cinema

O Amante da Rainha

(En Kongelig Affære. Dinamarca, 2012), Direção de Nicolaj Arcel, Com Mads Mikkelsen, Alicia Vikander e Mikkel Boe Folsgaard. Europa Filmes. 136 min. Classificação indicativa: 14 anos. Apenas para locação. Drama histórico.

Em cartaz em Curitiba até a semana retrasada, O Amante da Rainha é um daqueles filmes que se beneficiam, acima de tudo, do boca a boca. Embora sem uma encorpada campanha de lançamento, e de ter entrado no circuito exibidor local semanas depois de estrear em outras cidades brasileiras, a produção vem agradando e deve repetir o sucesso nas locadoras, às quais chega nos próximos dias.

O longa de Nicolaj Arcel, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro neste ano, é um drama histórico até certo ponto acadêmico, mas que tem vigor e frescor em doses expressivas. Ao ponto de torná-lo atual e relevante, sobretudo nos dias de hoje em que a democracia, a justiça social e a voz popular estão na ordem do dia.

A trama é construída como um longo flash back. Sabe-se, de saída, pela narração em off, que a protagonista da trama é uma rainha no exílio, expulsa da corte, que escreve uma carta aos filhos banhada de tristeza.

A monarca é Caroline Mathilde (Alicia Vikander), casada com o rei Christian VII (Mikkel Boe Folsgaard, vencedor do prêmio de melhor ator no Festival de Berlim), da Dinamarca, no século 18, período histórico no qual regimes absolutistas, por conta do Iluminismo, começam a ser questionados.

Com um transtorno psíquico que nunca é diagnosticado com precisão, o rei, um homem bastante jovem e muito instável, recorre a um médico de origem alemã, Johann Friedrich Struensee (Madds Mikkelsen, de A Caça e do seriado Hannibal).

Em sua maleta, na qual guarda medicamentos dos quais a corte de Copenhague não ouviu falar, Struensee também transporta ideias revolucionárias, de pensadores iluministas como Rousseau e Voltaire. Ele é um progressista, disposto a inocular Christian com um vírus bastante perigoso: o da justiça social.

Esse ideário progressista aos poucos "contamina o monarca", que se apega ao médico como a uma figura paterna, capaz de orientá-lo e apontar-lhe o caminho certo. E também acaba por seduzir Caroline – também em vários sentidos.

Desse estranho triângulo amoroso, nasce uma onda de transformações na Dinamarca que colocará o país escandinavo na vanguarda política de seu tempo. Mas esses avanços terão seu preço, atiçando a ira da aristocracia mais conservadora e da Igreja protestante.

Impecável do ponto de vista estético, O Amante da Rainha é um espetáculo para os olhos. GGG1/2

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