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A escola da terra de Noel Rosa é a grande campeã do carnaval do Rio. Além de quebrar um jejum de 18 anos, a Vila Isabel acabou com a maldição das escolas que desfilam no domingo. Há dez anos, só escolas da segunda-feira eram campeãs. O enredo "Soy loco por ti, América: A Vila canta a latinidade" foi considerado por muitos um Kizomba latino, enredo que deu à escola seu único título do Grupo Especial, em 1988.

Apesar de algumas críticas ao samba-enredo com palavras em espanhol, ele foi decisivo para a comquista do título. O quesito desempatou a disputa com a Grande Rio: as duas escolas chegaram ao fim da apuração com os mesmos 397,6 pontos. O samba da Vila foi exatamente o centro de uma polêmica na preparação para o carnaval 2006. Derrotado na disputa interna para escolha do samba, o compositor Martinho da Vila, figura histórica da escola, decidiu não desfilar.

VILA SÓ VOLTOU AO GRUPO ESPECIAL EM 2004

Escola tradicional do carnaval carioca, de um bairro considerado berço do samba, a Vila Isabel há bem pouco tempo vivia dias difíceis. A escola amargou quatro anos no Grupo de Acesso A, para só voltar a desfilar na elite do Grupo Especial em 2004. Em 2005, já com Alexandre Louzada como carnavalesco, a escola chegou num modesto 10º lugar.

A vice-campeã Grande Rio (com enredo sobre a Amazônia), uma fusão de diversas escolas da Baixada, poderia ter conquistado seu primeiro título, mas o minuto que gastou além do tempo máximo permitido para o desfile lhe custou a vitória. A escola perdeu dois décimos, por punição. Não fosse a penalidade, teria sido campeã. O atraso no desfile ocorreu porque os carros alegóricos eram grandes demais. Ainda assim, o segundo lugar é melhor colocação da história da Grande Rio.

No Grupo Especial desde 1991 e com um título no currículo, a Viradouro chegou a liderar a competição ao fim da divulgação do quesito evolução. Mas a alegria de Niterói durou apenas o tempo de abertura do quesito seguinte. A escola ficou em terceiro.

A Mangueira, que cantou o Rio São Francisco, ficou em quarto lugar. A verde-e-rosa era tida como favorita e recebeu nota máxima de todos os jurados nos quesitos fantasia e samba-enredo. Mas o 9,5 em conjunto, o 9,6 em harmonia e o 9,7 em bateria tiraram as esperanças da escola.

BEIJA-FLOR E TIJUCA DECEPCIONAM

A Beija-Flor, que sonhava com o tetracampeonato inédito, teve uma colocação abaixo das expectativas: quinto lugar. A escola, que falou sobre Poços de Caldas, não foi bem no quesito enredo: ficou sem nenhuma nota máxima.

Decepcionante mesmo foi o desempenho da Unidos da Tijuca na avaliação dos jurados. Também favorita, a vice-campeã de 2004 e 2005 ficou apenas com a última vaga para o Desfile das Campeãs, no sábado. A escola do Morro do Borel terminou na sexta colocação. Os conceituados carros alegóricos do carnavalesco Paulo Barros, desta vez, causaram problemas: foram oito décimos perdidos em em alegorias e adereços.

CAPRICHOSOS E ROCINHA CAEM

Depois de um desfile desastroso, desde pontos perdidos por estouro de tempo até fantasias destruídas pela chuva, a Rocinha não conseguiu se manter no Grupo Especial e volta ao Grupo de Acesso A. E o enredo patrocinado da Caprichosos de Pilares, sobre o Espírito Santo, revelou-se um fiasco: a escola ficou em penúltimo e também perdeu lugar entre as grandes.

Como o objetivo da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) é ter apenas 12 escolas desfilando no Grupo Especial em 2008, este ano descem duas escolas e somente uma subirá do Grupo de Acesso A.

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