Tendência
Atração sobrevive aos modismos
Na comemoração dos 30 anos do programa Viola, Minha Viola, da TV Cultura, o diretor da atração, Maurício Valinhos, faz uma análise da transformação da música de raiz até o sertanejo universitário de hoje. Ele diz que o gênero musical mudou muito e que não deveria ser chamado de sertanejo. "Hoje, o sertanejo virou outra coisa. Passamos a chamar o que antes era sertanejo de música caipira. Música de raiz não é só a caipira, mas inclui o forró pé de serra e as guarânias, por exemplo. Hoje, o que mais toca são baladas, que não têm nada de sertanejo. Usam o nome do gênero só porque são duplas, mas é diferente do ritmo original, diz ele. Valinhos afirma ainda que o programa da TV Cultura sobreviveu aos modismos da música.
São Paulo - Um programa musical que preserva as raízes brasileiras. Esse foi o mote que norteou os 30 anos de existência do programa Viola, Minha Viola, da TV Cultura. Comandada por Inezita Barroso, a atração preparou um especial para celebrar a data no Auditório do Ibirapuera. O programa vai ao ar no dia 27 de junho (domingo), às 9 horas. "O Viola começou nos estúdios da TV Cultura, com um cenário que imitava um rancho de palha. Fiquei louca quando vi o primeiro programa de casa, aquilo mexeu comigo de verdade, conta Inezita Barroso. "Eu já tinha uns mil discos daquele povo todo que tocava na televisão. Naquela época, o auditório já era cheio, lembra a apresentadora.
No especial, a música caipira estará representada por nomes de peso como Daniel, Almir Sater, As Galvão, Liu e Léu, Cezar e Paulinho, entre outros. "São artistas que tiveram suas carreiras ligadas ao Viola e que ainda seguem a tradição da música caipira, explica o diretor da atração, Mauricio Valinhos.
O cantor Daniel diz que ficou lisonjeado com o convite para participar. "O Viola faz parte da minha história. É muito bom poder estar nessa comemoração de 30 anos de programa. Eles [a equipe] fazem um trabalho de manutenção da cultura sertaneja que é louvável. Valinhos concorda com Daniel, e ressalta que a importância do programa é preservar a música brasileira. "A principal função do Viola é manter a tradição, a cultura e a identidade da nossa música.
Daniel é só elogios para a apresentadora: "A Inezita é um símbolo de força, e sou um grande fã dela. A admiração é recíproca, e ela conta que sempre soube que o sonho do sertanejo era estar na atração. "Quando ele tinha a dupla com o João Paulo, assistia ao programa e sonhava com o dia em que se apresentaria aqui, afirma.
As Galvão também estarão na festa
Participante da primeira edição do programa Viola, Minha Viola, há 30 anos, As Galvão, dupla anteriormente conhecida como Irmãs Galvão, estará no especial que comemora o 30.º aniversário da atração a ser exibido no próximo dia 27, na TV Cultura. Tanto tempo depois, as duas contam que é emocionante participar da atração. "Nós estávamos no primeiro programa, na estreia. O Viola é um dos programas mais requisitados pelas duplas, porque todos sabem a força que ele tem, conta Mary Galvão. E completa: "Podemos fazer 200 programas de tevê, mas o que o povo comenta com alegria é o Viola. Ainda mais pelo fato de a Inezita estar ali, o público a adora. Domingo de manhã, depois da missa, está todo mundo assistindo ao Viola, Minha Viola".
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