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Mário da Silva fará um panorama do violão brasileiro na apresentação no Museu Guido Viaro | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Mário da Silva fará um panorama do violão brasileiro na apresentação no Museu Guido Viaro| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O professor da Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap) Mário da Silva começou a estudar o violão em uma boa hora para o instrumento em Curitiba. Foi na década de 1980, na própria Embap, quan­­­do a faculdade vivia uma efervescência de música contemporânea agitada por nomes como José Penalva (1924-2002) e Chico Mello, que influenciaram uma geração. Foi neste contexto que o violonista desenvolveu a postura aberta a experimentações que, de acordo com ele, está na raiz do convite que recebeu para participar de um dos mais importantes eventos de violão do mundo – o New York Guitar Seminar, na Faculdade Mannes (EUA), onde faz conferência, recital e master class, em junho.

Assista à peça "Toccatina", tocada por Mário da Silva

Na apresentação, Silva fará um "panorama" do violão brasileiro, da tendência nacional e popular à contemporânea de vanguarda – da qual ele mesmo faz parte ao explorar as novidades sonoras das "técnicas expandidas" do instrumento. Mas os curitibanos também poderão assistir ao recital, e muito antes dos nova-iorquinos. O violonista apresenta o mesmo programa hoje, às 20 horas, no Museu Guido Viaro (Veja o serviço completo do espetáculo no Guia Gazeta do Povo).

Trajetória

O recital começa com uma peça de Garoto (Aníbal Augusto Sardinha, 1915-1955), "Lamentos do Morro". A obra, de acordo com Silva, foi um "divisor de águas" do violão brasileiro ao incorporar elementos da música popular brasileira ao violão erudito. A composição é o ponto de partida do panorama traçado por Silva, que se encerra com a obra Aquarelle ("Divertimento", "Valseana", "Prelúdio" e "Toccatina"), de Sergio Assad. "Aquarelle reúne, na década de 1990, várias manifestações características da música brasileira, como frevo e samba, que quero ligar a ‘La­­mentos do Morro’, que é da década de 1940", explica Silva, por telefone, do Rio de Janeiro – onde mora desde 2009, embora continue dando aulas na Embap.

Entre os dois compositores, Silva inclui uma música própria, "Baião", que estará em seu terceiro disco solo – "uma espécie de laboratório violonístico experimental" produzido por André Abujamra, prestes a ser finalizado –, e uma composição de Waltel Branco, "Chimarrita", que incluiu para compor um panorama também paranaense.

"A mudança do paradigma musical na década de 1960 foi se voltar para a sonoridade, e o violão foi um prato cheio para isso, porque os violonistas estavam abertos a essas experimentações. E foi o que comecei a fazer em Curitiba quando comecei a estudar na década de 1980 e gravar na de 1990", diz. "Ao invés de um repertório tradicional, procurei ver o que estava sendo feito de contemporâneo em Curitiba, onde isso estava muito presente", afirma Silva, que começou a trabalhar em suas próprias composições há pouco tempo, sempre procurando caminhos estéticos inovadores. "Não é demérito se especializar no repertório tradicional. Mas preferi me dedicar ao novo, a conversar com novos compositores, a viabilizar a nova produção", diz o violonista. "Sempre fui muito convicto disso."

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Serviço: Mário da Silva. Museu Guido Viaro(R. XV de Novembro, 1.348),(41) 3018-6194. Dia 27 às 20h. Entrada franca.

Cultura e Lazer | 2:28

O violonista interpreta a peça de Sergio Assad, uma das que compõem seu repertório.

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