• Carregando...

Há mais de 20 anos, Mariza Del Claro convive diariamente com uma questão delicada: o câncer infantil. Ela é voluntária da Associação Paranaense de Apoio à Criança com Neoplasia – APACN, entidade que preside há quatro anos. Desse trabalho, retira lições de vida que transfere para a arte.

Artista plástica há mais de 15 anos, Mariza costumava utilizar a técnica de óleo sobre tela para expressar suas sensações ao relacionar-se com crianças com câncer e suas famílias. Agora, ela decidiu imprimir a "aparente" tristeza do tema em um suporte mais moderno: desenha no computador e finaliza em papel fotográfico. O novo processo tem muito a ver com o título da exposição que a artista inaugura hoje, às 19 horas, no Espaço de Arte e Cultura Brasil Telecom. Convivências (que também é o tema da Bienal de Artes Plásticas de São Paulo deste ano) reúne cerca de 40 desenhos que retratam o olhar e o convívio das pessoas com o câncer infantil. "Faço o desenho, uma pessoa revela, a curadora (Cristina Mendes) vê. Quer dizer, é um trabalho em conjunto, de parceria. No processo de cura de uma criança com câncer, também é assim – há o médico, a enfermeira, as mães, os voluntários", explica.

O olhar de todos esses personagens sobre o problema não escapa do próprio olhar da artista. Após tantos anos visitando crianças em hospitais e no Centro de Apoio da APACN, Mariza sabe que é possível extrair coragem e esperança de onde aparentemente só há dor e tristeza. "Quero chamar atenção para o fato de que atualmente as chances de cura ultrapassam 70%", diz. Para isso, seus desenhos – quase infantis – procurarm mostrar o que pode existir de belo na doença, como, por exemplo, os desejos das mães, a coragem das crianças e as transformações provocadas em sua própria vida.

Dummont

Doze artistas exibem intervenções em cópias do chapéu de Santos Dumont, em outra exposição com abertura hoje, no Espaço das Artes do SESC da Esquina. Desabar reúne pinturas, colagens, composições com objetos e interferências e é parte do projeto Sr. Alberto, que tem como destaque uma réplica em tamanho original do 14 Bis.

O chapéu do "pai da aviação" tem uma história curiosa: para apagar um princípio de incêndio em um de seus balões, Dumont usou o chapéu, que ficou amassado e com as abas caídas. Sua fotografia com o apetrecho foi estampada nos grandes jornais franceses, o que fez com que o uso de chapéus com aba desarmada se tornasse a última moda em Paris.

Serviço: Convivências. Espaço de Arte e Cultura Brasil Telecom (R. Manoel Ribas, 115 – Mercês), (41) 3305-4426. Abertura hoje, às 19 horas. De segunda a sexta-feira, em horário comercial. Ingresso social: 1 litro de leite longa vida. Até 14 de novembro.

Desabar. Sesc da Esquina (R. Visconde do Rio Branco, 969 – Espaço das Artes, 2.º andar), (41) 3322-6500. Entrada franca. Até 30 novembro.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]