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Criado há três anos, dentro do programa de Residências Culturais da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), o projeto Olho Vivo, de oficinas de aprendizado de audiovisual, entra em uma nova etapa a partir de hoje. Os coordenadores Marcelo Munhoz e Luciano Coelho lançam, em parceria com o Clube de Mães União Vila das Torres e com patrocínio da Petrobrás e do Ministério da Cultura (MinC), o projeto Minha Vila Filmo Eu, que dá seqüência ao trabalho desenvolvido pela dupla.

A primeira de uma série de atividades do projeto será uma oficina gratuita de vídeo digital para crianças da Vila das Torres, localizada na região do Prado Velho. "Desde que lançamos o Olho Vivo, nossa intenção era atingir a população mais carente. Batalhamos para chegar a esse público, mas não conseguimos na medida que queríamos", diz Munhoz. O vínculo da Olho Vivo com a comunidade da vila, especialmente com o Clube de Mães, foi criado a partir de um documentário realizado pelo projeto no local. "Conversando com as pessoas, tivemos a idéia de realizar nossas oficinas no próprio bairro", lembra o coordenador.

O clube intermediou a seleção de crianças do curso – serão 16 participantes, entre 8 e 13 anos – e cedeu um espaço para as aulas. A proposta da atividade inicial do Minha Vila Filmo Eu é fazer com que os jovens aprendam a contar histórias. "Eles vão trabalhar em cima de alguns elementos teóricos: locação, personagens e objetos, amarrando tudo isso em numa história. Na parte prática, haverá muitos exercícios para passar a eles a idéia de linguagem cinematográfica", confirma Munhoz.

Segundo o coordenador, o novo projeto vai receber R$ 30 mil da Petrobrás para realizar o curso com as crianças, entre outubro e dezembro. "A Petrobrás veio atrás da gente. A empresa tem um categoria de patrocínio que é concedida por indicação direta de algumas instituições. Nós fomos indicados pelo Festival Internacional de Curtas de São Paulo, do qual participamos no ano passado com alguns trabalhos", informa. Os recursos vêm em boa hora, pois em setembro terminou o apoio da FCC ao Olho Vivo. "Mas temos alguns trabalhos para entregar dentro do Residências Culturais. Por isso, estamos considerando os novos projetos ainda ligados à FCC", continua.

Na semana passada, o Minha Vila Filmo Eu foi selecionado para o programa Pontos de Cultura do MinC, devendo receber uma verba mensal de R$ 5 mil do órgão federal. "Vamos fazer um projeto a longa prazo, de dois anos e meio. Pretendemos implantar um centro de produção audiovisual na Vila das Torres. Teremos ciclos de oficinas mais aprofundados de vídeo e intepretação. Vamos movimentar culturalmente a comunidade durante esse período", afirma Munhoz, que promete também sessões semanais de cinema no Clube de Mães.

O novo projeto dá continuidade do trabalho do Olho Vivo, que passa a trabalhar também no campo da ficção – até agora, havia produzido apenas documentários como resultado das oficinas. "Queremos nos estruturar cada vez mais. Hoje, temos uma equipe de oito pessoas, com as quais podemos contar mais constantemente. Elas já vão começar dar aulas nas oficinas, não apenas eu e o Luciano vamos comandar os trabalhos. Todos estão se envolvendo com o planejamento do curso", conclui o coordenador.

* Serviço: Lançamento do projeto Minha Vila Filmo Eu e apresentação do documentário Vila das Torres. Pé no Palco (R. Cons. Dantas, 20 – Rebouças). Hoje, às 15 horas. Entrada franca.

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