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Ficha da prisão de Sônia Hadad Hernandes, divulgada pela polícia de Palm Beach, nos EUA | Divulgação/Polícia de Plam Beach
Ficha da prisão de Sônia Hadad Hernandes, divulgada pela polícia de Palm Beach, nos EUA| Foto: Divulgação/Polícia de Plam Beach

Experiências reais de superação humana diante de sérias adversidades, sejam físicas, sociais ou econômicas, são fonte de inspiração para vários filmes. O mais recente exemplar desse gênero cinematográfico estréia hoje no Brasil. À Procura da Felicidade, de Gabriele Muccino, conta a história real de Chris Gardner, homem negro e pobre, de meia-idade, que passou maus bocados na vida até conseguir vencer trabalhando no concorrido mercado da bolsa de valores.

A interpretação do personagem valeu mais uma indicação ao Oscar ao astro Will Smith, em busca de mais credibilidade investindo em papéis sérios. E o ator se sai novamente bem em uma atuação dramática, assim com em Ali, de Michael Mann, quando viveu o boxeador Muhammad Ali, sua primeira lembrança aos prêmios da Academia.

Fitas como À Procura da Felicidade têm uma estrutura dramática básica, que foi seguida fielmente pelo italiano Muccino – revelado pelo filme L’Ultimo Bacio (O Último Beijo), que recentemente ganhou remake americano estrelado por Zach Braff (da série Scrubs), previsto para estrear no Brasil em março – ou seja: primeiro, a apresentação do drama inicial e a possibilidade de solução (às vezes única); na seqüência, as muitas dificuldades e percalços na vida para se realizar o desejado sonho; por fim, a esperada vitória consagradora. Entre o começo e o final, muitas lições de moral e valores.

Nada que desabone o diretor, os atores ou a figura retratada, mas o espectador já viu filmes como esse. Várias vezes. Não há novidade alguma. Desde o início, já se sa-be onde tudo vai dar. Interessa saber se pelo menos a história será bem contada, e Muccino se sai bem nesse seu primeiro trabalho hollywoodiano, pois procura dar um tom mais realista à trama (às vezes, um pouco de humor) e não fica "enfeitando" a produção com muitas seqüências lacrimosas(mas há algumas delas, não há como escapar).

O filme conta alguns meses na vida de Gardner, justamente o ponto de virada dela. O ano é 1981 e ele vive uma tremenda crise no casamento. Sua mulher, Linda (Thandie Newton, de Crash – No Limite), trabalha em dois turnos, mas Gardner não consegue colocar mais dinheiro em casa para ajudar a sustentar o filho Christopher (Jaden Smith, filho de Will na vida real).

A grande chance aparece quando ele fica sabendo sobre um estágio em uma grande corretora do mercado de ações. Mesmo não tendo diploma universitário, Gardner é bom com números e consegue uma entrevista para uma vaga de estágio depois de montar um cubo mágico (febre na época retratada) inteiro em poucos minutos, em frente a um incrédulo diretor da corretora. Mas há vários problemas a se enfrentar: Linda desiste do casamento, deixando o filho com Gardner (a pedido dele, que não quer se separar da criança); ele quase não tem mais máquinas para vender e se sustentar; o estágio não é remunerado, ou seja, só vai ganhar dinheiro se for contratado, e há somente uma vaga para 20 candidatos.

A atuação de Will Smith é correta e ele carrega o filme com competência, justificando sua indicação ao Oscar, ainda mais depois da produção ter rendido quase US$ 140 milhões nas bilheterias americanas. GGG

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