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Fortaleza – El Custodio, do diretor Rodrigo Moreno, uma co-produção da Argentina e do Uruguai, foi o grande vencedor do 16.º Cine Ceará – Festival Ibero-Americano de Cinema e Vídeo, encerrado na noite de quinta-feira. O filme, que fala sobre um guarda-costas, levou os principais prêmios da mostra competitiva de longas-metragens: melhor filme (pelo júri oficial e pela crítica, este último dividido com o cearense As Tentações de São Sebastião, de José Araújo), direção e ator, para Julio Chávez.

Outras produções laureadas mais de uma vez foram a ficção peruana Madeinusa, melhor roteiro e fotografia; e o documentário mexicano Al Otro Lado, melhor montagem e prêmio especial do júri. No clima de integração do festival, o júri oficial acabou premiando quase todos os 11 filmes em competição: Barrio Cuba, melhor atriz para Luisa Maria Jimenez; As Tentações de São Sebastião, melhor direção de arte; Iluminados por el Fuego (Argentina), melhor som; Agostinho da Silva, melhor trilha sonora; apenas Maroa (Venezuela), El Comite (Equador) e Play (Chile/Argentina) ficaram sem troféus.

Entre os curtas, um dos destaques foi o documentário Viva Volta, da curitibana Heloisa Passos, que recebeu os troféus de melhor montagem, som e direção, este último dividido com o mineiro Marcos Pimentel, do melhor filme da categoria, o documentário O Maior Espetáculo da Terra. O prêmio aquisição do Canal Brasil foi para o documentário cearense Dos Restos e das Solidões, de Petrus Cariri.

O extenso festival começou com produções fracas, mas os ótimos longas-metragens apresentados nos dois últimos dias da programação salvaram a mostra competitiva: o vencedor El Custódio; o belo Play, de olhar muito feminino, injustiçado na premiação; e Madeinusa, uma interessante história sobre um fictício povoado peruano que organiza anualmente uma estranha festa religiosa, em que todos os pecados são permitidos, um período em que Deus fecharia os olhos para os erros humanos.

Foi positiva a nova formatação do Cine Ceará, abrindo espaço para o cinema ibero-americano, pouco acompanhado no Brasil, mas o evento ainda carece de alguns ajustes. A programação necessita de melhor estruturação, tornando-se mais enxuta e organizada – a veiculação da mostra de curtas depois dos longas-metragens foi uma experiência estranha e não aprovada. É necessário também cortar as intermináveis homenagens (eram quase três por dia), que atrasavam toda a programação e acabavam afastando o público – poucas pessoas ficavam até o fim de cada sessão.

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