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Elis e os filhos João Marcello Bôscoli, Pedro Mariano e Maria Rita (no colo), em 1979 | Reprodução
Elis e os filhos João Marcello Bôscoli, Pedro Mariano e Maria Rita (no colo), em 1979| Foto: Reprodução

Biografia

Furacão Elis ganha reedição

Paulo Camargo

A editora LeYa Brasil lança neste mês uma nova edição, revista e ampliada, de Furacão Elis, única biografia da cantora, escrita pela jornalista Regina Echeverria, que já tem obras sobre a vida de outros grandes nomes da música, como Gonzaguinha e Cazuza.

O livro se concentra mais em aspectos pessoais do que em detalhes técnicos da carreira. Narra como, aos 11 anos, Elis cantou pela primeira vez no programa Clube do Guri, na Rádio Farroupilha em Porto Alegre, e surpreendeu pela voz marcante e por cantar sorrindo com os olhos fechados. Também conta, em detalhes, a mudança, aos 18 anos, para o Rio de Janeiro, na companhia do pai. Na cidade, fez o périplo de shows nas rádios e lançou-se como crooner no Beco das Garrafas, reduto boêmio na Copacabana dos artistas cariocas da década de 1960.

A biografia, que já teve edições lançadas pela Globo e pela Ediouro, ganha na LeYa um anexo importante, contendo uma entrevista com o compositor Paulo César Pinheiro.

  • Com Roberto Carlos, amigo e rival em meados dos anos 1960. Elis chegou a criticar a Jovem Guarda, que tinha um programa de tevê concorrente na Record, mas os dois artistas acabariam se reaproximando em 1969, quando Elis interpretou
  • Elis Regina e Jair Rodrigues, presença constante no programa semanal O Fino da Bossa, comandado pela cantora na TV Record entre 1965 e 1967

Em 19 de janeiro de 1992, quando se completavam dez anos de morte de Elis, reportagens sobre a efeméride lançavam a pergunta: como o Brasil pôde se esquecer tão rapidamente daquela que tantas vezes foi considerada sua maior cantora?

Duas décadas se passaram, e o quadro se reverteu. Ao lado de Gal Costa e Nara Leão, Elis é, de novo, a cantora que mais influencia novas gerações de vozes femininas.

Muito dessa volta se deve à aparição, há uma década, de Maria Rita. A filha apresentou a mãe à juventude que ainda não a conhecia.

"Não conheço outro caso assim: um gênio vocal gerar uma filha que seja reconhecidamente uma das cantoras mais importantes de sua geração", diz João Marcello Bôscoli, irmão de Maria Rita. "Nenhum plano de marketing seria capaz de promovê-las de maneira tão intensa e verdadeira."

E Maria Rita, agora, trabalha nessa promoção diretamente. Em 17 de março, data em que Elis completaria 67 anos de vida, a filha sobe ao palco do Auditório Ibirapuera, em São Paulo, para estrear temporada em que interpretará o repertório da mãe.

O show, que segue depois para Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio e Recife, em datas ainda não confirmadas, faz parte do projeto Viva Elis, encabeçado por Bôscoli, que inclui ainda uma exposição itinerante.

A abertura está marcada para o dia 14 de abril, no Centro Cultural São Paulo, e vai reunir fotos da cantora, imagens de entrevistas, cenas de shows e especiais de tevê, ingressos e pôsteres, objetos pessoais, roupas, documentos e, é claro, sua música.

"A partir de nossa pesquisa de imagens, pretendemos lançar os especiais de tevê gravados em Portugal, Alemanha e França", diz Bôscoli. O pesquisador Marcelo Fróes, responsável pelas edição, enumera mais possibilidades: "Já ouvi shows dela com a orquestra de Erlon Chaves, em 1970, e conheço pelo menos duas apresentações com Tom Jobim, em 1974, além de programas de rádio com o grupo de Luiz Loy, nos anos 1960".

Serviço

Furacão Elis, de Regina Echeverria. Editora LeYa, 272 págs., R$ 39,90. Biografia.

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