
Em 19 de janeiro de 1992, quando se completavam dez anos de morte de Elis, reportagens sobre a efeméride lançavam a pergunta: como o Brasil pôde se esquecer tão rapidamente daquela que tantas vezes foi considerada sua maior cantora?
Duas décadas se passaram, e o quadro se reverteu. Ao lado de Gal Costa e Nara Leão, Elis é, de novo, a cantora que mais influencia novas gerações de vozes femininas.
Muito dessa volta se deve à aparição, há uma década, de Maria Rita. A filha apresentou a mãe à juventude que ainda não a conhecia.
"Não conheço outro caso assim: um gênio vocal gerar uma filha que seja reconhecidamente uma das cantoras mais importantes de sua geração", diz João Marcello Bôscoli, irmão de Maria Rita. "Nenhum plano de marketing seria capaz de promovê-las de maneira tão intensa e verdadeira."
E Maria Rita, agora, trabalha nessa promoção diretamente. Em 17 de março, data em que Elis completaria 67 anos de vida, a filha sobe ao palco do Auditório Ibirapuera, em São Paulo, para estrear temporada em que interpretará o repertório da mãe.
O show, que segue depois para Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio e Recife, em datas ainda não confirmadas, faz parte do projeto Viva Elis, encabeçado por Bôscoli, que inclui ainda uma exposição itinerante.
A abertura está marcada para o dia 14 de abril, no Centro Cultural São Paulo, e vai reunir fotos da cantora, imagens de entrevistas, cenas de shows e especiais de tevê, ingressos e pôsteres, objetos pessoais, roupas, documentos e, é claro, sua música.
"A partir de nossa pesquisa de imagens, pretendemos lançar os especiais de tevê gravados em Portugal, Alemanha e França", diz Bôscoli. O pesquisador Marcelo Fróes, responsável pelas edição, enumera mais possibilidades: "Já ouvi shows dela com a orquestra de Erlon Chaves, em 1970, e conheço pelo menos duas apresentações com Tom Jobim, em 1974, além de programas de rádio com o grupo de Luiz Loy, nos anos 1960".
Serviço
Furacão Elis, de Regina Echeverria. Editora LeYa, 272 págs., R$ 39,90. Biografia.






