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O regente Hans-Peter Frank ensaia com a Orquestra Sinfônica no Canal da Música, onde acontece o concerto desta sexta-feira | Felipe Rosa/Gazeta do Povo
O regente Hans-Peter Frank ensaia com a Orquestra Sinfônica no Canal da Música, onde acontece o concerto desta sexta-feira| Foto: Felipe Rosa/Gazeta do Povo

Coube ao maestro alemão Hans-Peter Frank reger a estreia da obra "Vox Amazoniae", do compositor Harry Crowl, que será executada pela Orquestra Sinfônica do Paraná nesta sexta-feira, às 20 horas, no Canal da Música. Frank, o último regente convidado da temporada, selecionou dois expoentes do romantismo para compor o programa ao lado da peça brasileira – a Sinfonia N.º 3 em Ré Menor, de Anton Bruckner (1824-1896), e o "Prelúdio Ato III", da ópera Lohengrin, de Richard Wagner (1813-1883) – que terá como solista a mezzo-soprano curitibana Ariadne Oliveira.

O contraste entre as obras levou o maestro alemão a descrever o concerto como se "começasse em um mundo de fantasia com Wagner e terminasse com a volta à realidade" com a obra contemporânea de Crowl, como explicou o próprio compositor, em entrevista por telefone, à Gazeta do Povo. "O que acontece é que o tamanho da orquestra que uso é bem maior, com uma variedade de instrumentos de percussão muito grande, que na época de Wagner e Bruckner não estava disponível", explica o músico.

"Vox Amazoniae" é uma obra para canto e orquestra, feita sob encomenda da Amazonas Filarmônica a partir do poema "Sugestão", do amazonense Thiago de Mello. O grupo deve tocar a obra em agosto de 2012, junto com peças encomendadas a outros compositores para homenagear o poeta.

Crowl ligou a nostalgia do poema à destruição da Amazônia, e chega a utilizar na orquestração elementos que remetem à floresta. "Tem uma aura misteriosa, com efeitos de pássaros criados pelo flautim", explica. O músico procurou destacar o poema de Mello na música – também cantada por Ariadne. Mas não se limitou ao formato da canção, e procurou fazer uma obra sinfônica com intervenções de canto "comentadas" pela orquestração.

Regência de peso

Se a obra de Crowl é um contraste no programa para o maestro Frank, as músicas de Bruckner e Wagner, ligadas à tradição romântica alemã, estão longe de ser uma surpresa para o convidado – o único regente estrangeiro da temporada, conforme explica o maestro titular Osvaldo Ferreira.

"A Alemanha é o país que mais investe em cultura, tem mais orquestras e mais profissionais na Europa. Frank é um maestro com reputação e conhecimento sólidos, sobretudo neste repertório saxônico", explica o maestro, que avalia bem o resultado da participação de regentes convidados durante o ano.

Ferreira explica que a ideia dos convites em 2011 foi valorizar a música brasileira, e promete novidades para a próxima temporada. "Vamos tentar, dentro das possibilidades, trazer mais maestros e solistas de projeção internacional para colocarmos Curitiba no panorama mundial", diz.

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